Um treinador de futebol de 47 anos foi indiciado suspeito de estuprar um adolescente de 14 anos, aluno dele. O crime teria acontecido no último sábado (18), em Vila Velha, na Grande Vitória. A informação foi divulgada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (23).
De acordo com a investigação da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), o adolescente é de Itabuna, na Bahia, e teria chegado na Grande Vitória para treinar futebol com mais dois amigos, de 14 e 15 anos, no dia 10 de setembro.
O treinador investigado seria dono de um clube não oficial que recebia e treinava adolescentes de outros estados. O nome do investigado não foi divulgado e ele não foi preso.
O delegado adjunto da DPCA, delegado Diego Bermond, informou que o contato com os adolescentes para que viessem treinar no Espírito Santo era feito pelo treinador pelas redes sociais.
Desde a chegada do adolescente na Grande Vitória, ele tinha treinado e jogado algumas partidas pelo clube.
Segundo o relato da vítima, na manhã do último sábado, o treinador teria o convidado para ir até a casa dele tomar açaí. O adolescente relatou que o homem ofereceu uma massagem e deu a ele um relaxante muscular. Depois disso, ele teria acordado por volta das 7h de domingo (19), apenas de cueca e com dores nas regiões íntimas.
Ainda de acordo com o depoimento da vítima, foi o treinador que o levou de volta para o alojamento. Os outros adolescentes perceberam que o menino estava tonto e ajudaram ele a comer e tomar banho.
Ao relatar o que tinha acontecido, os colegas chamaram a Polícia Militar. O caso foi encaminhado para o Conselho Tutelar e repassado para a investigação da Polícia Civil.
"Constatamos que não foi relaxante muscular que ele deu para o adolescente. De acordo com o relatório de atendimento, após o abuso, o treinador teria feito ameaças ao adolescente e disse que, se contasse alguma coisa do que aconteceu, algo de ruim aconteceria com ele", disse o delegado.
O adolescente passou por dois exames, um para apuração do estupro e outro toxicológico. O de coito anal deu negativo. No entanto, o delegado informou que o tempo até o exame ser realizado pode ter influenciado no resultado. Isso porque a região cicatriza rápido e o exame não consegue identificar a violência. O resultado do exame toxicológico ainda não ficou pronto.
Os colegas do garoto disseram para a polícia que já tinham percebido um comportamento estranho treinador com a vítima e que o homem chegou a "alisar" o adolescente.