Três homens foram presos nesta terça-feira (1) pelas agressões que levaram à morte do congolês Moïse Kabamgabe em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Segundo a polícia, um dos presos é vendedor de caipirinhas na praia e foi preso em Paciência, também na Zona Oeste. Ele foi identificado apenas como Fábio até o momento.
Ainda segundo a polícia, Fábio confessou aos agentes que deu pauladas no congolês. Ele estava escondido na casa de parentes.
À tarde, outro homem que afirma ter cometido as agressões que resultaram na morte do congolês se apresentou na 34ª DP (Bangu) e foi levado para a Delegacia de Homicídios do Rio.
O terceiro preso não foi identificado pela polícia até o momento. As prisões temporárias dos três vão ser pedidas hoje à Justiça. Eles devem responder por homicídio duplamente qualificado, impossibilidade de defesa e meio cruel.
Moïse levou ao menos 30 pauladas
Também nesta terça, a polícia divulgou imagens das câmeras do quiosque onde o congolês foi espancado até a morte.
As imagens mostram que Moïse Kabamgabe recebeu ao menos 30 pauladas dos agressores — parte delas enquanto estava imobilizado no chão, sem chance de defesa.
As imagens mostram que as agressões começam depois de uma discussão entre um homem que segura um pedaço de pau e o congolês, que levanta objetos do quiosque como uma cadeira e um cabo de vassoura.
Em um momento, Moïse mexe em um refrigerador, e aí se aproximam mais dois homens. Um deles o derruba e, na sequência, começa a sessão de agressões. Em vários momentos é possível ver que o congolês não oferece mais resistência enquanto leva mais golpes com um pedaço de madeira.
Dono do quiosque foi ouvido
Agentes da Divisão de Homicídios do Rio ouviram nesta tarde o dono do quiosque Tropicália, onde o Moïse Kabamgabe trabalhou como atendente El. foi ouvido na 16ª DP (Barra da Tijuca) para evitar a imprensa, que aguardava na própria DH.
A defesa do dono do quiosque afirma que ele não conhece o homem que afirmou ter agredido o congolês e nem os outros que aparecem no vídeo de segurança do estabelecimento agredindo Moïse.
O dono do quiosque também negou que havia dívidas do quiosque com Moïse. Segundo sua defesa, ele estava em casa quando o congolês foi espancado e apenas um funcionário do estabelecimento estava no local no momento das agressões.
O imigrante morreu espancado, segundo parentes, depois de cobrar um pagamento atrasado. O corpo dele foi achado amarrado em uma escada do quiosque.