A jovem Verônica Verone, de 18 anos, foi condenada, no início da madrugada desta sexta-feira (25), a 15 anos de prisão pelo assassinato do namorado, o empresário Fábio Gabriel Rodrigues, encontrado morto em um motel em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
A decisão foi anunciada por volta de 1h, no 3º Tribunal do Júri de Niterói, depois de cerca de 12 horas de julgamento. Durante o julgamento, Verônica Verone precisou ser retirada da sala por policiais, após se descontrolar e gritar no plenário.
Nesta quinta-feira (24), 19 testemunhas de acusação e de defesa sforam ouvidas desde o começo da tarde. A jovem foi julgada pelo crime de homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O assassinato aconteceu dia 14 de maio em um motel da Região Oceânica de Niterói. Segundo o inquérito, Fábio foi morto por asfixia mecânica, enforcado por um cinto.
Problemas mentais
O juiz não aceitou a tese da defesa de que Verônica seria inimputável por sofrer de problemas mentais. Segundo ele, "o exame de sanidade mental, ao qual a acusada foi submetida, apontou que a mesma era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato".
"A acusada seria capaz de transportar o corpo da vítima para a garagem do hotel. Logo, poderia levar o corpo para outro lugar, no qual pudesse proceder à acusação, se quisesse. No entanto, resolveu deixá-lo na garagem do motel, local de circulação de funcionários, onde poderia ser facilmente encontrado, como ocorreu", explicou o juiz na sentença.
"Eu não matei Fábio, matei meu pai"
Em interrogatório no dia 19 de agosto, Verônica negou que tivesse tentado matar o empresário. Mas confessou que o atacou com um cinto porque, segundo disse, "ficou cega" quando ele tentou tirar sua roupa, e quis agredi-lo.
"Agora caiu a ficha, eu não matei Fábio, matei meu pai", disse ela, que alega ter sido violentada na infância pelo pai, já falecido. Quando Fábio tentou tirar sua roupa, segundo contou ao juiz, ela viu nele o rosto do pai.
A mãe de Verônica, Elizabeth Verone de Paiva, foi ouvida no mesmo dia como testemunha de defesa. Ela disse que a filha e Fábio sempre foram muito amigos, que ele tinha muito carinho por ela e a chamava de "meu bebê". Segundo Elizabeth, ele frequentava a casa dela e a chamava de tia.