A ministra da Justiça das Filipinas, Agnès Davanera, informou nesta sexta que todas mulheres vítimas do massacre que deixou 57 mortos receberam tiros na genitália e foram possivelmente violentadas sexualmente antes de serem assassinadas. Entre os mortos estão vários advogados de direitos humanos, jornalistas e duas irmãs de Ismail Mangudadatu, que iria disputar a eleição provincial contra o chefe tribal Andal Ampatuan.
O filho de Ampatuan, que tem o mesmo nome do pai, foi identificado hoje por testemunhas como o mandante da execução. Na segunda-feira, 100 homens armados sequestraram cerca de 50 civis que iriam apresentar a candidatura de Mangudadatu. Nos dias que se seguiram foram encontrados corpos em até três valas comuns pela região, o que gerou críticas à presidente Gloria Arroyo por tolerar que o país continue sendo controlado por clãs ou dinastias.
A Human Rights Watch expressou sua preocupação pela relação pessoal da presidente filipina com os Ampatuan, apoio que lhe rendeu uma arrasadora vitória na província de Maguindanao no pleito de 2004. Mais de 900 pessoas foram assassinadas por motivos políticos nas Filipinas desde que Arroyo acedeu ao poder em 2001, segundo o grupo direitos humanos Karapatan, que atribui a maioria dos casos à guerra contra os rebeldes comunistas.