Um casal que mora em um pr?dio vizinho ao edif?cio onde ocorreu o assassinato da menina Isabella Nardoni contou, com exclusividade, ao "Jornal Nacional", o que teria visto e ouvido naquela noite. Os depoimentos trazem vers?es diferentes do que afirmam o pai da crian?a, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatob?.
Walter Rodrigues ? consultor de seguran?a, e Ana Ferrari, advogada. Moram em um pr?dio a cerca de dez metros do Residencial London, pr?dio onde morreu Isabella. Na noite do assassinato, eles contam terem ouvido uma violenta discuss?o que vinha de uma janela quase em frente a seu apartamento. Era o quarto de Alexandre e Ana Carolina.
"Nessas discuss?es apareciam uma pessoa de voz feminina, principalmente, e a voz masculina, que pouco se ouvia. Mas a voz feminina ficou muito marcada, devido ?s palavras de baixo cal?o que se pronunciavam", afirma Ana. "Eram muitos palavr?es."
A testemunha afirma que o que ouviu n?o se parecia com uma briga t?pica de casal. "Era uma briga de desespero", conta.
Para a pol?cia, no entanto, Alexandre Nardoni afirmou que estava sozinho no apartamento. "E que a ?ltima discuss?o que teve com a esposa foi na semana anterior ? morte de Isabella", diz o pai de Isabella no depoimento. "Uma briga rotineira de casal", segundo afirmou ? pol?cia.
Ana diz que a discuss?o durou cerca de 5 minutos, e foi sucedida por cerca de dez minutos de sil?ncio. Ela e o marido j? estavam deitados, se preparando para dormir depois de passarem o s?bado passeando com as duas filhas. O casal conta que jamais imaginou que, t?o perto deles, uma trag?dia estivesse prestes a acontecer.
Depois da discuss?o e do per?odo de sil?ncio, o casal ouve gritos vindos de baixo: do t?rreo do Residencial London. "O que me chamou (a aten??o) foi justamente quando a pessoa virou e falou assim: "jogaram a Isabella do sexto andar". Assim que aconteceu isso a minha primeira rea??o foi levantar, foi pular da cama e puxar a janela", conta a advogada.
"Conforme eu puxei a janela eu j? vi de frente pra mim a mo?a que n?s ficamos sabendo depois que era a madrasta, andando de um lado para o outro." Segundo a testemunha, Ana Carolina gritava muito. "Ela falava os mesmos palavr?es que hav?amos escutado do interior do pr?dio, do apartamento."
De pijamas, o casal saiu correndo para ver o que estava acontecendo. O marido chamou o resgate, e descobriu que outras pessoas j? haviam feito a mesma coisa. "Eu liguei para o 193 e falei: "olha, estamos precisando de uma viatura de emerg?ncia, caiu uma crian?a do sexto andar". A? ela falou: "senhor, a crian?a n?o caiu, ela foi jogada". A? voc? j? come?a a entrar em desespero, n?, querendo chegar r?pido ao local", conta Rodrigues.
O casal foi um dos primeiros a chegar ao pr?dio de Isabella. O port?o estava aberto. "Quando n?s entramos no pr?dio que eu j? cruzei o hall de entrada eu vi o corpo da menina estendido no ch?o", diz a mulher. Segundo o marido, quando se aproximaram de Isabella, ela estava com os olhos abertos, a boca entreaberta e manchada de sangue.
"Ela tinha o cortezinho na testa, mas n?o transparecia que estava sangrando nem nada. Parecia que o rosto estava limpo. Quando eu ia tocar nela para ver a pulsa??o eu virei e dei aten??o ao pai, que sa?a do sagu?o do pr?dio", relata o marido. "Ele olhou para mim e disse que tinha uma pessoa armada no apartamento dele. Essa pessoa estava l? no sexto andar, e que o cara tinha jogado a filha dele."
N?o ? esse o relato do pai de Isabella no depoimento ? pol?cia. Ele n?o faz nenhuma men??o ? exist?ncia de uma pessoa armada dentro do apartamento. Tamb?m n?o diz que viu algu?m jogar a filha pela janela.
Ana tamb?m diz ter ouvido Alexandre Nardoni afirmar que havia um ladr?o no apartamento. "Ele (Alexandre) disse que tinha cruzado com o ladr?o e que a porta dele havia sido arrombada." Mas no depoimento ? pol?cia Alexandre apresenta uma outra vers?o: ele "acredita que a pessoa que esteve dentro do apartamento