O MeioNews teve acesso às imagens das câmeras corporais dos policiais militares Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado que revelam o momento em que um deles mata o estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta no dia 20 de novembro de 2024 em um hotel na Vila Mariana, em São Paulo, após uma perseguição.
“Você vai se foder, filho da puta. Deita, se não você vai tomar. Você vai tomar!”, diz o PM Guilherme Augusto enquanto persegue o estudante na rua até o interior do hotel.
O QUE ACONTECEU?
Marco Aurélio havia se refugiado no hotel após ter dado um tapa no espelho retrovisor da viatura onde estavam Guilherme e Bruno. Vídeos da câmera de segurança do hotel mostram que o primeiro policial chega ao local com uma arma em punho e tenta agarrar o jovem pelo braço, que luta para se desvencilhar.
O segundo agente, então, desfere um chute no estudante, que consegue segurar o pé do agente de segurança e o faz cair. É nesse momento que Bruno dispara um tiro, atingindo a região do abdômen do jovem. Marco Aurélio chegou a ser socorrido ao hospital Ipiranga e passou por cirurgia, mas não resistiu ao ferimento.
O QUE MOSTRAM AS IMAGENS?
Conforme as imagens, o estudante ainda diz: "tira a mão de mim", apontada em relatório da investigação da Polícia Civil que pediu à Justiça a prisão preventiva de Guilherme. O policial faz uma nova ameaça, dizendo que, se ele se movesse, iria "tomar mais um", fazendo referência a um novo disparo.
O QUE SE SABE?
O Ministério Público de São Paulo denunciou os dois policiais em razão da morte. Caso a Justiça receba a denúncia, os policiais responderão por homicídio qualificado por motivo torpe e pela impossibilidade de defesa da vítima.
"É certo que os policiais agiram impelidos por motivo torpe, em retaliação ao tapa desferido pela vítima no retrovisor da viatura, empregando força letal contra pessoa que estava nitidamente alterada e desarmada, com evidente abuso de autoridade e inobservância dos procedimentos operacionais padrão [...] além disso, o homicídio foi cometido com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima, haja vista que os policiais estavam armados, em superioridade numérica e realizaram a abordagem de forma violenta, iniciando o confronto corporal com o suspeito", escreveram na denúncia os promotores da Promotoria de Justiça do IV Tribunal do Júri da Capital.