A zona Sul de Teresina não é mais a mesma. A onda de violência que alcança a região está apavorando a população, principalmente com os crimes violentos dos últimos dias, sobretudo na Vila Irmã Dulce, a exemplo do assassinato da jovem Ariane Sousa dos Santos, morta quando se dirigia à parada de ônibus. Atualmente, apenas 200 policiais fazem a segurança de toda a região, que tem cerca de 200 mil habitantes.
Com um policial para cada mil habitantes, os crimes são consequência. Mas esses 200 policiais já são fruto de esforços da própria Polícia Militar. “Recebemos alguns policiais à disposição do poder executivo, em torno de 80.
Também reforçamos o efetivo do Promorar. São cerca de 200 policiais para atender 200 mil pessoas de toda a região Sul”, explica o coronel Carlos Augusto Gomes de Sousa, comandante geral da PM.
De acordo com o coronel., a violência da zona Sul de Teresina é uma realidade causada por disputas do crime organizado, que estão ligadas diretamente com o tráfico de entorpecentes. “A zona Sul é uma região que apresenta um número elevado de homicídios, que são ocasionados, principalmente, por disputas de gangues”, declara.
Sob esta situação, a Polícia Militar busca combater a violência adotando o combate ostensivo aos criminosos. “A nossa meta é reduzir o número de homicídios, e também não vamos medir esforços para combater o tráfico de drogas. Com essas ações queremos diminuir a quantidade de roubos de veículos e também de assaltos às pessoas”, explica o comandante geral da PM.
No que diz respeito ao policiamento da Vila Irmã Dulce, atualmente a região é assistida pela companhia de um bairro vizinho. “Nós estamos atuando em toda aquela região da Vila Irmã Dulce, com o efetivo que opera através da Companhia de Policiamento do Promorar e do 6º Batalhão de Polícia”, diz o coronel. Carlos Augusto.
Vila Irmã Dulce terá Companhia de Policiamento
Em resposta a tantos crimes, a PM quer implementar uma Companhia de Policiamento na Vila Irmã Dulce. “Essa companhia foi criada por lei há mais de três anos, mas não foi implementada por falta de efetivo. A Vila Irmã Dulce tem essa necessidade já há algum tempo, mas só podemos abrir essa companhia com policiais para atuar. Estou estudando um realocamento de efetivo de outras unidades para lá”, diz o cel. Carlos Augusto.
A Companhia de Policiamento deve começar a funcionar ainda nos seis primeiros meses deste ano. “Eu pretendo que ela seja implementada neste primeiro semestre de 2015, mas ainda estou buscando alternativas para realocar policiais para lá, sobretudo de órgãos públicos de outros poderes”, finaliza o comandante geral da PM.
População da zona Sul convive com o medo
A atendente de telemarketing A.M.C, moradora da Vila Irmã Dulce, que não quis se identificar, diz que evita sair de casa depois de seu terceiro assalto em menos de seis meses. “Já roubaram três celulares meus, sendo que ainda estou pagando o segundo e o terceiro. Agora estou com um quarto, e evito até botar a cara na rua com medo de me assaltarem de novo. E o pior é o trauma, porque o material a gente trabalha para conseguir”, relata.
Os assaltos frequentes são carregados de violência. “No primeiro assalto o bandido me segurou forte no pulso, tanto que ficou roxo. No segundo eles colocaram uma arma na minha cabeça e pediram pra eu não falar nada, senão iam me matar. Neste terceiro, que aconteceu no dia do Natal, era um homem na moto com uma mulher, que me empurrou e puxou meu cabelo depois de levar minha bolsa com dinheiro, celular e todos os meus documentos. Só consegui fazer B.O. no primeiro assalto”, lembra A.M.C.
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