A expectativa de renúncia do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acelerou as tratativas para a sua sucessão. Interlocutores do governo contam 13 virtuais candidatos só entre partidos da base aliada do governo interino de Michel Temer (PMDB-SP).
Enquanto surgem interessados no mandato tampão, até o início de 2017, Temer tem apelado a aliados pela unidade. Aos presidentes de partidos da base, ministros e deputados que o procuram, a resposta é a mesma: “Achem um nome que una a base”, contou um interlocutor presidencial.
Semana passada, pré-candidatos ao cargo pediram ao presidente interino que não interfira na disputa. Temer vem dizendo aos partidos da base que disputem de forma a conter danos futuros ao governo. Um dos nomes cotados para o mandato tampão, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), nega que seja candidato, mas avalia que, quando houver a vacância do cargo, a base de Temer sentará para discutir.
“O que sinto hoje é a preocupação em encontrar um nome de consenso na base aliada do governo. Pode ser qualquer deputado da base”, afirmou.
A maioria dos candidatos de peso quer se preservar para disputar o cargo em 2017, num mandato de dois anos. Mas, como o pleito para a sucessão de Cunha não envolverá a composição de chapas, abre-se espaço para vários candidatos se lançarem.
“É como eleição municipal, todo mundo botando candidatura na rua. A negociação deve ser mesmo no segundo turno. Não tem candidato natural”, avalia um peemedebista.
Deputados da Mesa Diretora da Casa largam com vantagem, porque podem negociar sua vaga na Mesa. É o caso do segundo vice-presidente, Fernando Giacobo (PR-PR), que está em franca campanha, e do primeiro secretário, Beto Mansur (PRB-SP).
Também cotado para a sucessão, Jovair Arantes (GO) negou interesse em ser candidato, mas resumiu o espírito da Câmara: “O certo é ter o menor ruído possível. Mas é uma Casa política, onde tem disputa até para 3° vice-presidente de comissão sem importância”, disse.