Novo estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revela que pelo menos 92 Prefeituras do Piauí reduziram as despesas com custeio para enfrentar a crise financeira. A instituição municipalista vem divulgando neste final de ano uma série de estudos sobre a situação fiscal das cidades de todo o país. No Piauí, pouco mais de 100 não responderam ao questionamento, o que aponta para a possibilidade do número ser ainda maior.
Além disso, 74 também declararam ter reduzindo os cargos comissionados. Todos os ajustes foram necessários para pagar o décimo terceiro salário do funcionalismo público, que nas cidades do Piauí representam mais de 110 mil servidores. O apontamento mostra a grave situação financeira enfrentada pelos prefeitos no Brasil. "Os aspectos destacados só reforçam a existência de uma crise financeira generalizada no ente federado menos favorecido no atual modelo de pacto federativo. O aumento das responsabilidades dos Municípios, agregada à alta dependência financeira das transferências de outros entes colocaram as prefeituras em dificuldade financeira no último ano. Esse cenário implica diretamente no pagamento da gratificação natalina aos servidores públicos municipais", sintetiza o estudo.
No Brasil, segundo a instituição, 3.105 Municípios devem deixar Restos a Pagar (RAPs) para 2019, o que representa 68,1% dos pesquisados. Pouco mais de 1,1 mil, ou 25,7% dos gestores, fecharão o ano sem deixar RAP. "A situação é mais complicada do que os dados apresentam. Não quer dizer que quem paga em dia não está em dificuldades", indicou o presidente da CNM, Glademir Aroldi. No Piauí, 69 deixarão restos a pagar.
Com base na pesquisa feita entre 19 de novembro e 11 de dezembro, o líder municipalista diz que os prefeitos estão cortando despesas de custeio, reduzindo o número de funcionários e cargos comissionados, além de enxugar a frota e mudar o horário de expediente. "Mesmo assim, não estamos dando conta", sintetizou.