O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu ontem em defesa da presidente Dilma Rousseff (PT) em discurso realizado na 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP). “A crise no País não é responsabilidade da Dilma”, disse Lula, responsabilizando o cenário externo pelas dificuldades que o Brasil enfrenta na área econômica.
Ao falar sobre a economia brasileira, o ex-presidente disse que acompanha “certo pânico das pessoas com a perspectiva da inflação chegar à casa dos 9%” - a inflação corrente de doze meses, até o mês de maio, está em 8,47%, e a expectativa, segundo a última pesquisa Focus, é que o índice feche 2015 em 9%. Para Lula, apesar de muita gente ganhar com a elevação deste índice, a alta da inflação acaba prejudicando quem vive de salário.
“Tem gente que ganha muito, mas o trabalhador, não.” E, dirigindo-se à plateia formada por petroleiros, voltou a defender a presidente: “Tenho certeza que Dilma tem obsessão em trazer a inflação para o centro da meta, e ela está tomando as atitudes certas para isso”. E lembrou que, quando assumiu o seu primeiro mandato, depois do governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, herdou uma inflação de 12%.
Lula disse que o mau humor que tomou conta do País não é gratuito. “Tem gente que dá a notícia mais negativa possível para tentar desestabilizar o governo e criminalizar o PT e as esquerdas”, afirmou, questionando se no Brasil é mesmo tudo muito ruim. E culpou a oposição por não querer aceitar o resultado das urnas, nas eleições presidenciais de outubro do ano passado.
“Ganhamos as eleições numa disputa aguerrida e agressiva, a sociedade brasileira deu a vitória à presidenta Dilma e nossos adversários parecem que não querem aceitar o resultado até hoje. Ninguém perdeu mais eleição do que eu e todas as vezes acatei o resultado, eles resolveram não acatar. Nunca vi tanta agressividade à instituição Presidência da República como estou vendo agora”, disse.
Ainda na defesa de Dilma, Lula frisou que jamais viu tanta agressividade dirigida a ela. “Achei sempre que o problema era comigo, por ser nordestino e sem diploma universitário. Nunca vi tanta agressão como a que a companheira Dilma tem sofrido. Peço a Deus para Dilma não perder a tranquilidade”.
Lula reconheceu, em ou-tra parte do discurso, que o País vive tempos difíceis, mas garantiu que Dilma irá arrumar o Brasil, citando a agenda positiva que a presidente da República vem adotando desde o mês passado, como o acordo com a China, a viagem aos Estados Unidos, os investimentos em infraestrutura.
“Além de ou-tras medidas que ela vai anunciar em breve, como mais três milhões de casas do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), e o Pátria Educadora, um programa revolucionário para este País”.