A Propósito da Coerência, por Aminthas Floriano Filho

A Propósito da Coerência, por Aminthas Floriano Filho

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A Prop?sito da Coer?ncia

Nos ?ltimos tempos tenho tido boas recorda?es dos bons tempos desfrutados ao lado do meu pai. Tenho sentido saudade dos seus ensinamentos, seus conselhos, suas pr?ticas, seu exemplo de vida, enfim, todo aquele grande legado moral e ?tico que procuro honrar com meu comportamento diante das pessoas que me cercam, e, com as quais, por vezes, assumo compromissos.

Em suas freq?entes conversas comigo pediu-me, certa vez, que eu fosse sempre coerente. E mais, que em nenhuma circunst?ncia ou conting?ncia, deixasse de honrar os compromissos assumidos. Dizia ele, meu filho o homem tem que buscar a coer?ncia como sua insepar?vel companheira para que, assim, possa, fielmente, diante dos seus amigos, e da pr?pria sociedade, cumprir com as promessas e compromissos assumidos, pois, s? assim, p?e-se em pr?tica este postulado essencial ? conviv?ncia harmoniosa entre as pessoas.

Motivado por estas inquestion?veis raz?es decidi me debru?ar sobre o tema. A coer?ncia, todos sabem, ? a qualidade de ser coerente. Ser coerente ? ser unido, ser rec?proco, ser l?gico, ser coeso, ser harm?nico, ? respeitar compromissos assumidos no lar ou nas institui?es. Ser coerente ? muito mais que isso, ? agir conforme aquilo que se diz que sente, aquilo que se diz que pensa, e, sobretudo, aquilo que se faz. A coer?ncia demanda perfeita articula??o entre o discurso e a pr?tica, exigindo que ambos caminhem juntos para, assim, reverberarem dentro das institui?es e de sua pr?pria casa. Assim procedendo, certamente, redundar? em a?es concretamente positivas. Quando isso n?o acontece, muitos esfor?os de mudan?as fracassam. Isto porque as pessoas envolvidas, em geral, observam mais o que os seus superiores fazem do que aquilo que dizem, e, se decepcionam quando aqueles agem contrariamente ao que proclamam.

A coer?ncia entre o discurso e a pr?tica se constitui em um verdadeiro c?digo de ?tica, muitas vezes esquecido por alguns indiv?duos. Afinal a ?tica pressup?e uma postura que encerra muitas virtudes, dentre as quais destaco a integridade, a verdade, a honestidade, a justi?a e a transpar?ncia, ausentes em situa?es as mais variadas. Portanto, ser coerente ? dar corporiedade ?s palavras. Significa assumi-las na pr?tica, vivenci?-las, por inteiro, como exemplo. Ser coerente ? manter-se vigilante aos seus atos, suas a?es, suas atitudes, seus compromissos, pois, s? mantendo-se permanentemente vigilante evita-se o simplismo, o individualismo, o egocentrismo, o centralismo, o autoritarismo, as facilidades e as insan?veis grosserias.

Do outro lado da coer?ncia situa-se a incoer?ncia, com todos os seus v?cios e males. O coerente fala do amor e ama, o incoerente fala do amor e odeia. O coerente fala em liberdade e a pratica, o incoerente fala em liberdade mas escraviza, oprime. O coerente promete e cumpre, o incoerente promete mas n?o cumpre. O coerente exalta a Deus e o respeita, o incoerente o exalta mas vive como se ele n?o existisse. O coerente valoriza a gratid?o e ? grato, o incoerente fala da gratid?o mas ? ingrato. O coerente condena a trai??o e n?o trai, o incoerente abomina a trai??o mas ? contumaz na pr?tica da trai??o. Conviver com o indiv?duo coerente ? prazeroso, f?cil e seguro, por isso mesmo, n?o exige qualquer esfor?o. Por outro lado, conviver com o incoerente, pelas suas caracter?sticas j? conhecidas, muitas vezes obriga ?s pessoas a buscarem o imposs?vel, como ouvir o inaud?vel, ver o invis?vel, e o mais dif?cil, aprender a sondar os cora?es, que em alguns n?o passa de meras bombas distribuidoras de sangue.

A coer?ncia entre as pessoas des?gua numa rela??o de confian?a m?tua. ? esta Confian?a que, segundo Aur?lio Buarque de Holanda, significa esperan?a firme. Da? dizer-se que a coer?ncia deve ser tratada como uma virtude que toma forma de esperan?a permanente. E, esta esperan?a, quando perdida, termina por esvaziar a for?a propulsora dos ideais de um grupo.

Concluo esta breve e proposital abordagem n

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