Em Havana, onde tem uma vasta agenda de compromissos importantes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa neste sábado (16) de uma reunião com líderes do G77, um grupo composto por nações em desenvolvimento que fazem parte do sistema das Nações Unidas (ONU). A China também enviará um representante para o encontro.
Além da cúpula do G77, Lula também terá uma reunião separada com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel. Ele é líder do regime de esquerda que governa Cuba desde 1959, que é um dos principais aliados de Lula na América Latina. O presidente brasileiro critica o embargo dos Estados Unidos a Cuba.
A agenda de Lula em Havana inclui sua participação no debate-geral dos líderes do G77 na manhã deste sábado (16). O governo brasileiro explica que o grupo foi estabelecido em 1964 para permitir que nações em desenvolvimento defendessem suas posições frente às nações industrializadas. Atualmente, o G77 tem 133 membros, com o apoio financeiro e político da China.
De acordo com informações do Itamaraty, os representantes dos países discutirão alternativas para promover o crescimento econômico e lidar com as mudanças climáticas.
Na agenda de viagem de Lula, ainda está previsto um encontro entre o ex-presidente brasileiro e o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Qu Dongyu. Durante essa reunião, serão abordadas medidas para combater a fome e a pobreza. Lula tem enfatizado a importância de o Brasil liderar iniciativas globais para combater a desnutrição.
Na parte da tarde, depois da cúpula, Lula será recebido no Palácio da Revolução por Miguel Díaz-Canel. Os líderes dos dois países pretendem fortalecer as relações, que sofreram um distanciamento durante a gestão de Jair Bolsonaro entre os anos de 2019 e 2022.
Após a agenda em Havana, Lula tem previsão de chegar a Nova York ainda neste sábado (16). Na terça-feira (19), ele fará o discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU, marcando seu retorno a esse evento após 14 anos. Tradicionalmente, o representante do Brasil deve começar o debate de chefes de Estado e de governo dos países membros da ONU.
Em seu discurso, Lula abordará temas que têm sido foco de suas viagens internacionais, incluindo a reforma do Conselho de Segurança da ONU, a luta contra a desigualdade e o apoio financeiro de nações ricas | para a preservação das florestas.
Enquanto estiver em Nova York, Lula vai se encontrar com o presidente dos EUA, Joe Biden, na quarta-feira (20), onde vai lançar uma iniciativa voltada para promover o "trabalho decente", um conceito que faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU. Esse conceito leva em consideração uma série de indicadores, como oportunidades de emprego, renda, jornada de trabalho e condições laborais.