Ahmadinejad diz que acordo com Brasil e Turquia abre nova era

Acordo fechado na segunda-feira prevê troca de combustível nuclear.

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O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, insistiu neste domingo (23) em que o acordo para facilitar a troca nuclear assinado entre seu país, Turquia e Brasil é uma oportunidade para fortalecer a cooperação no mundo.

"Este documento significa o início de uma era nova nas relações políticas na arena internacional", disse Ahmadinejad durante uma conversa por telefone com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, citado pela agência local "Isna".

"Irã quer continuar com a colaboração e a interação com os países amigos para contribuir a uma nova atmosfera de justiça e cooperação", acrescentou.

Erdogan reiterou que seu país fará esforços para que a chamada "declaração de Teerã" consiga apoio das demais nações, assinalou a fonte.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o próprio Erdogan conseguiram na segunda-feira passada um compromisso escrito do Irã para que aceite trocar parte de seu combustível nuclear fora de seu território.

Troca de material

Segundo o acordo fechado, o Irã enviará 1.200 kg de urânio de baixo enriquecimento para a Turquia, que devolverá o material enriquecido para um reator de pesquisas do Irã.

Depois de até um ano, o Irã deverá receber 120 kg de urânio enriquecido a 20%. De acordo com o porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano, o urânio enriquecido estará sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica na Turquia.

Sanções

Apesar do acordo, o Departamento de Estado dos EUA afirmou que o projeto de novas sanções contra o Irã por conta de seu programa nuclear se mantém inalterado.

O governo americano disse que o programa fechado com a mediação de Brasil e Turquia é um passo positivo, mas o Irã ainda tem de demonstrar por atos que vai respeitar suas obrigações internacionais na questão nuclear.

"O Irã precisa tomar os passos necessários para assegurar à comunidade internacional que seu programa nuclear é voltado exclusivamente para propósitos pacíficos", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, em um comunicado.

Polêmica

No ano passado, os Estados Unidos, a Rússia e a França propuseram retirar do Irã urânio com baixo grau de enriquecimento em troca de combustível com urânio enriquecido a 20%. A proposta era que o material fosse enviado para a Rússia e a França.

No entanto o Irã queria a troca de seu urânio pouco enriquecido por urânio mais enriquecido em pequenas quantidades e em seu próprio território, temendo a possibilidade de não receber de volta seu urânio.

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