O senador piauiense e presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, criticou o Ministério das Relações Exteriores comandado por Ernesto Araújo nesta sexta-feira (26), durante entrevista ao Poder360. O congressista disse ainda estar feliz com a mudança de postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia de covid-19 e que o partido deve apoiá-lo em 2022.
De acordo com ele, se o país tivesse um ministro [das Relações Exteriores] com uma relação com outros países, principalmente países que tiveram a capacidade de ter a sua vacina, teríamos um benefício muito grande. “Não tivemos por conta dessa postura equivocada do ministério das relações exteriores”, disse. A pressão sobre o ministro Ernesto Araújo aumentou nesta semana, depois que ele participou de audiência pública no Senado. A troca na pasta foi defendida por diversos senadores durante o encontro na quarta.
Na avaliação de Nogueira, essa pressão deve surtir efeito sobre Bolsonaro, de quem é próximo. Segundo ele, deve haver mudança na pasta mesmo que não seja com a saída do atual ministro, mas de postura.
“Eu acho que vai [surtir efeito] ou na mudança de postura do ministério ou, se não houver isso, aí eu acho que fica insustentável a permanência do ministro. No caso de ele não mudar de postura e ajudar o país no que diz respeito às relações com países fundamentais que possam nos ajudar nesse momento.”
O PP de Nogueira lidera o bloco de partidos de centro conhecido como centrão e também é a sigla do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Na 4ª feira (24.mar), Lira subiu o tom contra o governo e falou em “sinal amarelo” pelos erros cometidos no combate à pandemia.
Ciro Nogueira afastou qualquer problema na relação de Lira com Bolsonaro. Disse que ambos têm relação franca e de confiança. Segundo ele, o discurso do deputado foi “totalmente voltado” para a questão das relações internacionais e que o presidente sabe que o deputado jamais terá nenhuma atitude desleal com ele.
“É unanimidade, tirando talvez um grupinho mais ideológico, existe uma unanimidade de erro na condução do Ministério das Relações Exteriores. Principalmente nesse momento de pandemia que não contribui nada com país. Aquele discurso foi totalmente focado nisso”, explicou.