Aliados de Jair Bolsonaro (PL) já aguardam uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente, em meio ao avanço das investigações da Polícia Federal. Apesar do desgaste com o caso das joias, que levou ao indiciamento de Bolsonaro por três crimes, é na apuração da trama golpista que devem surgir acusações mais graves. Investigadores veem elementos para enquadrar Bolsonaro nos crimes de abolição do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, com penas de até 12 anos de prisão, como relata o blog Malu Gaspar, do site “O Globo”.
STF numa encruzilhada?
Para o entorno bolsonarista, um novo indiciamento da PF no caso da trama golpista e uma denúncia da PGR podem pavimentar o caminho da prisão do ex-presidente, mas colocará o Supremo Tribunal Federal (STF) numa encruzilhada. Integrantes do PL acreditam que Bolsonaro pode reforçar o discurso de perseguição política, incitar as ruas e gerar instabilidade caso seja preso. Também há o risco de colocar o STF sob pressão de uma parte expressiva da sociedade que ainda defende o ex-presidente, mesmo com o avanço das investigações.
“Bolsonaro preso é um problema para o STF e pode gerar um movimento popular pela sua soltura”, resume um interlocutor do ex-presidente. “Se Bolsonaro for absolvido, o Supremo será considerado coberto pela direita. Se condenado, alimentará a tese de perseguição e poderá produzir um caos político”. O temor com a contaminação eleitoral das apurações e o aprofundamento da polarização política já vem ditando os trabalhos da cúpula da PGR, que decidirá se há provas suficientes para denunciar Bolsonaro perante o STF.
posicionamento da pgr
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, tem sinalizado que quer evitar acusações de agir politicamente durante o período de campanha eleitoral. Se não denunciar Bolsonaro, Mauro Cid e outros até 16 de agosto, Gonet só o fará após o resultado do segundo turno. A apuração já mostrou que Bolsonaro conhecia e até encomendou mudanças em minutos golpista, retirando horas de prisão de alguns altos funcionários, mas mantendo o encarceramento do ministro Alexandre de Moraes.
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