Pressionado, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), passou a manhã reunido com seus aliados Renan Calheiros (PMDB-AL) e Gim Argello (PTB-DF). Sarney vem sendo pressionado nos últimos dias a se licenciar da presidência do Senado.
Após a reunião com os aliados, Sarney saiu sem falar com a imprensa. Renan também se manteve calado. Argello defendeu Sarney da última denúncia de favorecer o neto, que tem uma empresa de crédito consignado para funcionários do Senado.
Argello disse que José Adriano Sarney, neto do presidente do Senado, é um bom menino. José Adriano negou ontem ter sido favorecido pelo avô. Sarney soltou nota ontem dizendo que sofria um "ataque midiático".
O petebista também se mostrou contrário à saída de Sarney da presidência do Senado. Disse que ele não deve sair.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) subiu à tribuna do Senado nesta quinta-feira para defender o afastamento do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Simon se disse deprimido com as sucessivas denúncias que envolvem a instituição e afirmou que a situação de Sarney é insustentável.
"Faço um apelo para fazermos um movimento de endeusamento do Sarney, desde que fora da presidência. Se ele renunciar, isto termina hoje. Isso só para se der ao Sarney o direito que ele tem de respirar tranquilo", disse Simon.
Para o líder do PSDB, Arthur Virgílo (AM), as investigações são delicadas e precisam de credibilidade para restaurar a credibilidade da instituição. "São denúncias graves. A sugestão que o PSDB faz, a bem da instituição (Senado), é de que ele (Sarney) se afaste da apuração dos casos envolvendo seu nome ou de pessoas de sua família, bem como dos processos destinados a apurar responsabilidades dos ex-diretores (do Senado)", disse ontem.
O discurso foi reforçado pelo senador Demóstenes Torres (DEM-PI), que disse que partido se reúne na terça-feira para fechar um posicionamento sobre a situação de Sarney.
"O partido vai se reunir para decidir se é o caso também para pedir que ele se licencie da presidência ou até mesmo chegar a exigir providências mais graves. Vai depender da análise que faremos", disse ontem.