A pouco mais de um ano das eleições de 2014, o assunto "política" nunca esteve tão presente nas redes sociais ? como Twitter, Facebook, Instagram e YouTube. Por meio desse canal, os protestos de junho foram organizados e surpreenderam os próprios políticos, desacostumados a ouvir a voz do povo "com tanto eco". Depois de ajudar a despertar o interesse dos brasileiros para a política, as redes sociais se tornaram ferramenta fundamental para o sucesso nas urnas em 2014.
De acordo com o Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), o Brasil tem hoje 46 milhões de pessoas que utilizam ferramentas sociais (Twitter, Facebook, blogs, fóruns entre outros) e 5 milhões a mais de eleitores comparado com a eleição de 2010. Estima-se que, ao todo, serão mais de 140 milhões de brasileiros prontos para ir às urnas escolher presidente, governadores, deputados e senadores no ano que vem.
Para o cientista político e professor da UFABC (Universidade Federal do ABC) Claudio Penteado, a internet e as redes sociais oferecem muita liberdade e são um ambiente amigável. Por isso, torna-se tão interessante para a discussão.
As pessoas conversam, fazem amigos, namoram, estudam, trabalham e conseguem se manter informadas pelas redes sociais. E isso tudo pode ser feito por meio de um celular, na rua, em um restaurante, no trabalho, voltando pra casa. Tudo com mais agilidade e por mais tempo. O que temos hoje são "campanhas indiretas", que podem ser feitas pelos simpatizantes de determinados partidos ou candidatos, amigos e profissionais, usadas dentro de um universo livre e com enorme capacidade de propagação.
É importante considerar que, no ambiente virtual, a participação dos jovens é maior (veja quadro abaixo). Eles encontraram na linguagem familiar das redes sociais uma forma democrática de falar de política, de serem ouvidos e de se mobilizar. De acordo com pesquisa do Cetic.Br (Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação), entre os usuários de telefones celulares com idade entre 16 e 24 anos, 44% usam o aparelho para navegar na internet.
Apesar de abrir um canal de comunicação 24h por dia e aproximar candidatos e eleitores, o uso das redes sociais está sujeito às restrições da propaganda eleitoral. A legislação eleitoral proíbe a propaganda na internet e só permite entre julho e outubro do ano da eleição. Com o uso moderado, os políticos terão que encontrar uma saída para conseguir manter o interesse destes eleitores.
Ao abrir o tema para discussão, o candidato tem de estar preparado não só para ser questionado, mas também saber atrair a atenção do eleitor dentro dos limites da lei, segundo o advogado especializado em direito digital Leandro Bissoli.
? Os principais problemas estão ligados à propaganda extemporânea, ou seja, a propaganda realizada antes do prazo definido para instrução. Os candidatos, em seus perfis oficiais, devem seguir o período estipulado pelos normativos eleitorais para iniciar a campanha.
Já no ambiente virtual, não existe prazo para o eleitor se manifestar. As discussões e a busca de informação se transformam em uma ?campanha paralela?, feita de maneira mais interessante que as oficiais.