Anielle Franco se manifesta e diz ser inaceitável relativizar episódios de violência

A ministra da Igualdade Racial elogiou a ação rápida do Presidente Lula e diz que não episódios de violência são inaceitáveis.

Ministra Anielle Franco se manifesta sobre episódio com Silvio Almeida | José Cruz/Agência Brasil
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

 A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se manifestou pela primeira vez após a demissão de Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos, acusado de assédio sexual contra ela. Nesta sexta-feira, 6, em sua conta no Instagram, ela destacou que "não é aceitável relativizar ou minimizar episódios de violência". Ela também elogiou a ação rápida do presidente Lula. 

"Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto. Por isso, ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi", declarou.

O que aconteceu

Mais cedo, o Palácio do Planalto anunciou oficialmente a demissão de Silvio Almeida, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considerando "insustentável" a permanência do ministro após as acusações de assédio sexual. Almeida nega as acusações.

Compromisso

Em seu comunicado, Anielle reforçou seu compromisso com a luta por justiça e respeito às mulheres e pessoas negras, afirmando que sua trajetória é dedicada para que essas pessoas possam "estar em qualquer lugar sem serem interrompidas". A ministra também criticou "tentativas de constranger ou pressionar vítimas", observando que essas práticas perpetuam a violência. Ela ainda pediu que sua privacidade fosse respeitada durante as investigações.

Apurações

Anielle finalizou dizendo que continuará colaborando com as apurações. "O enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo. Continuo firme em minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro para todas as pessoas", concluiu.

Confira a íntegra da nota:

Hoje eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, irmã, além de Ministra de Estado da Igualdade Racial. Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um país mais justo e menos desigual. Desde 2018, dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas.

Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi. Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência. Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada.

Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas, dentro de casa. E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo. Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me movem e na minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro para todas as pessoas.

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES