Após absolver Jaqueline, Câmara, agora, deve livrar Valdemar Neto

Absolvição da deputada Jaqueline Roriz pela maioria do plenário anima defesa do parlamentar, que já espera por arquivamento do caso.

Deputado teria envolvimento em esquemas de fraude do Ministério dos Transportes. | Pablo Valadares
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A absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) - flagrada em vídeo recebendo dinheiro do esquema de corrupção conhecido como "mensalão do DEM" - com uma larga margem de votos tranquilizou a defesa de outro parlamentar que está tendo sua conduta analisada ainda no Conselho de Ética e Decoro da Câmara. Ao contrário de 2005, quando teve de renunciar para escapar da cassação, Valdemar da Costa Neto (PR-SP) poderá ser absolvido já no início do processo.

No dia 14 de setembro o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) apresentará seu parecer preliminar. Independentemente da posição do tucano, a expectativa é a de que o processo seja arquivado.

Valdemar foi levado ao Conselho de Ética por PSOL e PPS. Os partidos reuniram denúncias veiculadas pela imprensa que apontam a participação do deputado em reuniões no Ministério dos Transportes nas quais se pedia a empresários o pagamento de propina para a liberação de recursos.

Consta também no pedido de investigação um vídeo no qual Valdemar negocia a liberação de recursos do ministério para que o deputado Davi Alves Silva Júnior ingresse no PR. A representação traz um trecho de entrevista do deputado a uma rádio de Mogi das Cruzes na qual ele diz "querer" uma diretoria de um banco público para ajudar aliados a liberar verbas. Um aditamento incluiu ainda no escopo da investigação a denúncia de fraudes na "Feira da Madrugada" em São Paulo.

Ao contrário do que aconteceu com Jaqueline, a defesa de Valdemar é feita de forma aberta por alguns deputados. "Não há materialidade nenhuma", diz o líder do PR, Lincoln Portela.

Mesmo quem ataca o deputado já dá a absolvição como certa. "No caso do Valdemar, talvez a absolvição seja ainda no Conselho. Essa legislatura precocemente mostrou uma senilidade de valores", afirma o líder do PSOL, Chico Alencar. Para ele, o resultado no caso Jaqueline mostrou que a Câmara considera a corrupção como algo natural.

Em 2005, Valdemar foi um dos citados no escândalo do mensalão e renunciou ao mandato. Ele é réu no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

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