Após a MP dos Ministérios ser aprovada no penúltimo dia de validade, com sufoco e incertezas, a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com ministros para discutir sobre regra e garantia de cumprimento das promessas feitas a aliados. A finalidade é evitar a formação de uma nova onda de reclamações e riscos de derrotas de textos no Congresso.
Segundo assessores presidenciais, o Planalto compreendeu o recado e avalia que não há mais como admitir que acordos sejam violados pelo primeiro escalão.
Os encontros individuais foram administrados pelos ministros da Casa Civil, Rui Costas, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, no Palácio da Alvorada, na última quinta-feira (01).
Entre os presentes, estavam Marina Silva (Meio Ambiente e Mudanças Climáticas) e Nísia Trindade (Saúde). Outros ministros também serão convocados. Partidos inclinados ao centro político, conhecido como Centrão, estão de olho em ter influência sobre as atividades do Ministério da Saúde, mas Lula não planeja, no momento, substituir a chefia.
Os assessores afirmaram, ainda, que o petista precisa, sim, intensificar sua articulação política - como alertou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Além disso, os aliados governistas criticam a dissonância entre as promessas de Padilha e o descumprimento delas por parte dos ministros, em decorrência das diferenças partidárias.
Um auxiliar de ordem de Lula declarou o seguinte: ministros podem ser adversários políticos, mas todos trabalham para o governo Lula e devem atender os pedidos dos aliados do Executivo.
Além disso, o presidente busca acelerar, sobretudo, as indicações para diretorias de empresas estatais, que estão estagnadas nos trâmites burocráticos.
Por outro lado, o governo negou promover uma reforma ministerial, rejeitando qualquer possibilidade de desoneração de sua equipe.