Um levantamento realizado pelo Programa Voto com Orgulho, da Aliança Nacional LGBTI+, apontou que 20 candidatos da comunidade LGBTQIAPN foram eleitos nas eleições de 2022. A aliança monitorou o processo eleitoral do ano passado e levantou 356 candidaturas LGBTQIAPN; dessas, 233 (65%) acabaram como suplentes.
Nas últimas eleições, foram eleitos 13 deputados estaduais, um deputado distrital, cinco deputados federais e uma governadora. Entre os eleitos, seis são lésbicas, cinco são mulheres bissexuais, quatro são mulheres trans, dois são gays, um é homem bissexual e duas candidaturas não especificaram sua identidade de gênero ou orientação sexual.
No Rio Grande do Norte, a governadora Fátima Bezerra (PT), que foi reeleita no primeiro turno, é a única pessoa da comunidade LGBTQIAPN a ser eleita para o governo estadual. Ela sempre foi abertamente lésbica e afirmou que, em sua vida pública ou privada, nunca se escondeu ou viveu no armário.
Pela primeira vez, a Câmara dos Deputados terá duas deputadas trans. Duda Salabert (PDT-MG) e Erika Hilton (Psol-SP) serão a primeira bancada trans na história da Casa legislativa. Também foram eleitas para as assembleias estaduais as candidatas trans Dani Balbi (PCdoB-RJ) e Linda Brasil (Psol-SE).
Nos próximos quatro anos, a Câmara dos Deputados contará com a presença de Clodoaldo Magalhães (PV-PE), que é gay; Daiana Santos (PCdoB-RS), que é lésbica; e Dandara (PT-MG), que é bissexual. No entanto, deputados federais consolidados como Professor Israel Batista (PSB-DF) e David Miranda (PDT-RJ), ambos assumidamente gays, não estarão presentes na próxima legislatura. Israel não obteve votos suficientes para se reeleger, enquanto David está internado devido a um problema de saúde e teve sua candidatura retirada pela família.
Nas assembleias legislativas, outras vitórias para a comunidade LGBT. Reeleito para um segundo mandato, o deputado distrital gay Fábio Felix (Psol) foi o mais votado no Distrito Federal, com mais de 51 mil votos. É a votação mais expressiva que um deputado distrital já alcançou na história.
São Paulo foi o estado que elegeu o maior número de candidatos LGBTs, totalizando seis candidaturas. Além de dois mandatos coletivos LGBTI+ do Psol, foram eleitos Leci Brandão (PCdoB), que é lésbica; Thainara Faria (PT) e Ediane Maria do Nascimento (Psol), que são mulheres bissexuais; e Guilherme Cortez (Psol), que é um homem bissexual.
Também foram eleitos para as assembleias legislativas Bella Gonçalves (Psol-MG), lésbica; Dani Monteiro (Psol-RJ), bissexual; Dra. Michelle Melo (PDT-AC), bissexual; Rosa Amoria (PT-PE), lésbica; e Verônica Lima (PT-RJ), lésbica.