Após fala de procurador, Venezuela volta atrás e diz que respeito por Lula é absoluto

Chanceler venezuelano Yván Gil afirmou que “as recentes declarações do procurador sobre o presidente Lula da Silva em nenhum momento refletem a posição do governo.

Presidente Lula da Silva | José Cruz/Agência Brasil
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Um dia após o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusar o presidente Lula (PT), de ser um agente da CIA, o Ministério das Relações Exteriores do governo de Maduro tentou minimizar a fala nesta terça-feira (15), classificando-a como uma opinião de "caráter pessoal". O governo venezuelano também declarou ter "respeito absoluto" pelo líder brasileiro.

Acusações

Na segunda-feira, Saab afirmou, sem apresentar provas, que tanto Lula quanto o presidente do Chile, Gabriel Boric, faziam parte da agência de inteligência dos Estados Unidos. "Na minha opinião, Lula foi cooptado na prisão. É a minha teoria", disse Saab. "Não é o mesmo Lula que fundou o PT e que uniu os movimentos trabalhistas no Brasil. Ele mudou tanto em aparência quanto na maneira como se expressa."

O que aconteceu

Nos últimos meses, Lula tem se distanciado do regime chavista, após a controversa eleição venezuelana de julho, na qual Maduro foi declarado vencedor pelo órgão eleitoral do país, um resultado contestado tanto pela oposição quanto por parte da comunidade internacional. O governo brasileiro insistiu na divulgação das atas eleitorais que comprovassem o resultado, mas esses documentos nunca foram apresentados oficialmente. Maduro alegou ter entregue as atas à Corte Suprema da Venezuela, que validou sua vitória. No entanto, a oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González, denunciou o pleito como fraudulento.

Lula não reconheceu vitória

Lula, por sua vez, não reconheceu a vitória de Maduro e chegou a sugerir que novas eleições fossem realizadas. O presidente chileno, Gabriel Boric, também se recusou a aceitar o resultado. As declarações de Saab reforçam o crescente distanciamento entre Lula e o regime chavista, algo que o governo venezuelano tentou suavizar.

Respeito

Em comunicado divulgado no Telegram, o chanceler venezuelano Yván Gil afirmou que "as recentes declarações do procurador-geral da República sobre o presidente Lula da Silva em nenhum momento refletem a posição do governo venezuelano, responsável pela política externa do país". Gil ainda acrescentou que a Venezuela mantém "respeito absoluto pela trajetória histórica de Lula e sua liderança no Brasil", e que as relações entre os dois países continuarão a se fortalecer.

Busca de solução

Lula, ao lado do presidente colombiano, Gustavo Petro, tem atuado em busca de uma solução para a crise política venezuelana após as eleições de julho. Até o momento, o líder brasileiro não comentou as declarações de Saab.

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