Após cancelamento de debate, Fidélix quer CPI contra Globo

Levy Fidélix entrou na Justiça Eleitoral para garantir seu direito de participar do debate da Rede Globo, cancelado na tarde desta terça-feira

Levy Fidélix | Léo Pinheiro/Terra
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Após a Rede Globo cancelar na tarde desta terça-feira o debate que seria realizado na próxima quinta-feira entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, o concorrente do PRTB, Levy Fidélix, afirmou que vai trabalhar para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara dos Deputados, para investigar a emissora.

O presidente nacional do PRTB afirmou que conversará com o representante de seu partido na Câmara, o deputado federal Aureo Lidio Moreira Ribeiro (RJ), e com seus "amigos" no legislativo nacional para instaurar um processo contra a emissora, que segundo ele, tem problemas com a arrecadação de impostos.

Levy venceu na Justiça Eleitoral de São Paulo uma ação contra a emissora, que pretendia realizar o debate de São Paulo com, no máximo, seis candidatos, e deixar de fora o postulante do PRTB. Baseado na Lei Eleitoral, que garante participação de um concorrente cujo partido possui representantes na Câmara dos Deputados, Levy tentou na Justiça garantir sua participação no programa.

A Globo recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), mas, segundo nota da própria emissora, o debate foi cancelado "devido à falta de tempo para garanti-lo na Justiça", já que o TSE ainda não se posicionou sobre o assunto.

A emissora pretendia realizar o debate com apenas seis candidatos - Celso Russomanno (PRB), José Serra (PSDB), Fernado Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB), Soninha Francine (PPS) e Paulinho da Força (PDT), os primeiros colocados nas pesquisas -, formato que considera "ideal".

Além de Levy, Carlos Giannazi (Psol) também possui direito de participar do debate, de acordo com a Lei Eleitoral, e também brigava na Justiça para garantir sua participação.

Em 2008, a emissora cancelou o debate na capital paulista também pelo excesso de candidatos.

Segundo o candidato do PRTB, a Globo "tentou usurpar a competência do Congresso" e se considera "acima da lei". "A Justiça deu na testa da Globo", afirmou Levy, que considerou "radical" o cancelamento do debate. "Para mim, perdeu a democracia", declarou.

Negociação

O candidato afirma ter sido procurado por funcionários da emissora para que desistisse de participar do debate em troca de um espaço maior dentro da cobertura jornalística nos telejornais regionais. "Tentaram me comprar", disse.

Além da TV Globo, a TV Record também cancelou seu debate, que iria ao ar na última segunda-feira. A emissora alegou que o debate não poderia ser realizado sem a participação de Celso Russomanno, que não poderia participar por conta do nascimento de sua filha, e José Serra, que, de acordo com a emissora, não havia confirmado presença, afirmação negada pelo tucano.

Para Levy, o debate da Record foi cancelado para "proteger" Russomanno na reta final da eleição. "É uma farsa", disse sobre o líder nas pesquisas de intenção de votos. E questionou: "Será que a Globo tem algum candidato?"

Procurada, a Rede Globo não se manifestou a respeito das afirmações do candidato, e se limitou a dizer que, "como em todos os anos, se buscou um acordo para viabilizar um debate com seis candidatos, número máximo viável para uma discussão produtiva. E isso não foi possível."

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