O ex-deputado federal Deltan Dallagnol, que teve seu mandato cassado, foi chamado pelo novo juiz responsável pela Lava Jato, Eduardo Appio, para comparecer como testemunha e prestar depoimento sobre as declarações do advogado Rodrigo Tacla Duran. Tacla Duran é réu em um processo da força-tarefa, acusado de lavagem de dinheiro em benefício da empreiteira Odebrecht.
Nesta sexta-feira (19), foi emitido o despacho convocando Deltan Dallagnol como testemunha, apenas três dias após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter cassado o registro de sua candidatura na terça-feira (16). Dallagnol afirmou que pretende recorrer da decisão no Supremo Tribunal Federal (STF).
Deltan Dallagnol será convocado a prestar depoimento na condição de testemunha devido a uma citação feita por Rodrigo Tacla Duran em uma acusação de suspeição contra o procurador da República Walter José Mathias Júnior. Tacla Duran alega que Mathias Júnior não pode atuar em seu caso devido à proximidade que ele mantinha com Deltan Dallagnol, que atuou como procurador na força-tarefa em Curitiba.
O depoimento de Dallagnol buscará esclarecer os fatos relacionados às alegações de Tacla Duran e a suposta proximidade entre Dallagnol e Mathias Júnior. De acordo com a decisão, a audiência para o depoimento de Deltan Dallagnol foi marcada para o dia 19 de junho, às 16h30, e será realizada de forma presencial.
O local designado é a sede da 13ª Vara Federal, em Curitiba. Conforme informações apuradas pelo G1, Dallagnol deverá ser intimado por um Oficial de Justiça nos próximos dias, notificando-o sobre a data, hora e local da audiência. É importante ressaltar que a presença de Dallagnol será necessária para prestar o seu depoimento no processo.
Em março deste ano, Tacla Duran fez acusações contra Dallagnol, quando ele ainda era deputado federal. O advogado e réu afirmou que o ex-procurador da Lava Jato o perseguia. Na época, Dallagnol negou. A declaração de Tacla Duran também foi feita ao juiz Appio, que determinou que o caso fosse analisado pelo STF, uma vez que Dallagnol tinha foro privilegiado.