A forma de governar da presidente foi aprovada por 85% dos entrevistados residentes no Nordeste. Em dezembro, esse índice era de 80% - crescimento, portanto, acima da margem de erro de dois pontos percentuais. Na avaliação do país como um todo, essa avaliação positiva é de 79%.
A aprovação do governo Dilma Rousseff passou de 62% para 63% entre janeiro e março, de acordo com pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta terça-feira (19). É o maior índice já alcançado pelo governo Dilma. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
O percentual de 63% é o dos entrevistados que consideram o governo "bom" ou "ótimo", de acordo com o levantamento. O Ibope ouviu 2.002 eleitores com mais de 16 anos em 143 municípios entre os últimos dias 8 e 11 de março.
O índice dos que consideram o governo "regular" se manteve em 29%. O percentual dos que classificam o governo como "ruim" ou "péssimo" também permaneceu o mesmo (7%).
A aprovação pessoal de Dilma passou de 78% para 79%, dentro da margem de erro. O índice de quem desaprova Dilma se manteve em 17%, o mesmo percentual da pesquisa passada, realizada em dezembro.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alcançou, no segundo mandato, 73% de aprovação do governo e 84% na avaliação pessoal.
Perfil
Pela pesquisa Ibope, o índice de aprovação do governo Dilma é maior dentre as pessoas com mais de 50 anos. Nessa faixa etária, 66% consideram o atual governo "ótimo" ou "bom".
Os mais jovens são os que menos avaliam o governo como "ótimo" ou "bom". Entre os que têm de 16 a 24 anos, a aprovação é de 58%. O nível de escolaridade também influencia na avaliação do governo. De acordo com a pesquisa, quanto maior a instrução do entrevistado,pior a avaliação do governo.
Entre os que possuem curso superior, 53% consideram o governo "ótimo" ou "bom". Considerando os que cursaram até a 4ª série da educação fundamental, o percentual sobe para 71%.
Em termos geográficos, a região Nordeste é a que puxou para cima o índice de aprovação do governo. O percentual de "ótimo" ou "bom" passou de 68% para 72%. As demais regiões têm aprovação na faixa de 60%.
Índice de confiança
O índice de confiança na presidente Dilma Rousseff aumentou de 73% para 75%, variação dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais. Não confiam em Dilma, segundo a pesquisa, 22% da população, mesmo percentual registrado na última pesquisa.
Dois últimos anos do governo
De acordo com o levantamento, aumentou o otimismo com relação aos próximos dois anos de governo da presidente.
Consideram que o restante do mandato de Dilma será "ótimo" ou "bom" 65% dos entrevistados, três pontos percentuais a mais que o verificado na última pesquisa. Aumento, portanto, que ultrapassa a margem de erro.
Passou de 25% para 24% o índice dos que consideram que o restante do governo será regular, e foi de 7% para 8% o percentual dos que acreditam que os próximos dois anos serão ruins ou péssimos.
Economia
A pesquisa Ibope revela uma pequena melhora avaliação da população com relação às medidas econômicas do atual governo. No entanto, a maioria dos brasileiros ainda desaprovam as políticas de impostos e taxa de juros.
O percentual dos que aprovam a política de combate à inflação passou de 45% para 48%, ultrapassando a margem de erro. Desaprovam as ações do governo em relação ao controle da inflação 47% dos entrevistados. Os outros 5% não souberam ou não quiseram responder.
Também houve melhora na avaliação da população com relação aos impostos. O índice de desaprovação caiu de 65% em dezembro para 60%. A aprovação dos impostos cobrados passou de 30% para 36%.
O descontentamento em relação à taxa de juros, se manteve estável. O índice de aprovação passou de 41% para 42%, enquanto o percentual de desaprovação passou de 51% em dezembro para 50%, em março, variações dentro da margem de errro.
O combate ao desemprego é bem avaliado por 57% dos entrevistados, contra 40%.
Áreas sociais
Em relação à área da saúde, a taxa de aprovação do governo passou de 25% para 32%. Desaprovam as medidas no setor 67% da população.
A aprovação na área de segurança pública passou de 30% em dezembro, para 32%, em março. A desaprovação caiu de 68% para 66%, oscilações dentro da margem de erro.
A área mais bem avaliada do governo continua sendo a do combate à fome e à pobreza, que passou de 62% em aprovação para 64%. A desaprovação caiu de 36% para 34%, variações dentro da margem de erro.
As medidas de proteção ao meio ambiente são aprovadas por 57%, aumento de cinco pontos percentuais em relação a dezembro do ano passado. A desaprovação passou de 42% para 36%.
Com relação à educação, a aprovação foi de 43% para 47%. Desaprovam as ações 50% da população.
Tragédia em Santa Maria
De acordo com a pesquisa, as notícias mais lembradas em março pela população, citadas por 12% dos entrevistados tratam do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que matou mais de 230 pessoas. Em segundo lugar, com 10%, está o noticiário sobre redução de tarifas de energia e matérias em que o governo descarta a possibilidade de apagão.
Em terceiro, estão notícias sobre a redução de impostos da cesta básica (7%), e sobre a votação da lei que altera a distribuição dos royalties do petróleo (7%).
Na pesquisa de dezembro, o noticiário mais lembrado pelos eleitores se referia ao julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, que condenou 25 dos 37 réus. O tema foi ressaltado, na época, por 23% dos entrevistados.
Comparação com Lula
De acordo com a pesquisa, 61% dos brasileiros consideram o governo Dilma igual ao governo Lula. Em dezembro, esse índice era de 59%.
Aumentou de 19% para 20% o percentual dos que consideram o atual governo melhor do que o anterior. O restante dos entrevistados não respondeu.