O governador afastado José Roberto Arruda (sem partido-ex DEM) não pôde assistir ao desfile da Beija-Flor, a escola em que o governo dele injetou R$ 3 milhões de patrocínio para encenar, na avenida, o enredo em homenagem aos 50 anos de Brasília. Por precaução, a Polícia Federal retirou o aparelho de TV da sala onde ele está recolhido, o gabinete da Diretoria Técnico-Científica (Ditec). A Beija-Flor fechou o desfile do primeiro dia na Marques de Sapucaí, no Rio, e tentou se descolar dos escândalos da capital federal.
Preso há três dias por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por tentativa de corrupção de testemunha no inquérito que investiga o mensalão do DEM, Arruda está deprimido, segundo relato das poucas pessoas que tiveram contato com ele, e evitou receber visitas.
O advogado Tiago Bouza, que atua na defesa do governador afastado, disse que Arruda está abatido, mas vem se recuperando bem, e não faz perguntas sobre o noticiário que trata de sua prisão. O advogado afirmou ainda que Arruda tem consciência de que pode ficar muito tempo preso. A prisão pode chegar a 83 dias.
Ainda segundo o advogado, Arruda se preocupou com Rodrigo Arantes, sobrinho e ex-assessor, preso na Penitenciária da Papuda. Assim como o tio, Arantes e outras quatro pessoas são acusadas de tentar subornar uma testemunha e obstruir a investigação do mensalão do DEM, esquema de pagamento de propina no governo do DF. Todos negam envolvimento.