O chefe da assessoria especial de Lula, ex-chanceler Celso Amorim, considerou nesta segunda-feira (23) "tremendamente revoltante" o ataque aéreo de Israel ao Líbano e alertou para o risco de uma "guerra total".
Amorim fez essas declarações durante uma conversa com jornalistas em Nova York, antes de uma reunião entre Lula e o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz.
"Eu acho uma coisa tremendamente revoltante, vamos dizer, e perigosa porque ali [há] o risco de uma guerra total. E, veja bem, estamos falando de um lugar onde tem muitos brasileiros", disse Amorim, que assessora Lula em temas internacionais.
Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, 274 pessoas morreram e mais de 1.024 ficaram feridas depois de Israel lançar um ataque aéreo amplo no país, em uma nova ofensiva contra o Hezbollah.
Pouco antes, as Forças de Defesa de Israel haviam alertado a população civil para que se afastasse "imediatamente" de supostas posições e depósitos de armas do grupo extremista Hezbollah.
Entre os mortos, segundo autoridades libanesas, estão 21 crianças e 31 mulheres. O governo do Líbano informou que também há profissionais de saúde entre as vítimas. Já Israel afirmou que atingiu um dos comandantes do alto escalão do Hezbollah, identificado como Ali Karaki.
Com os ataques, esta segunda-feira (23) se tornou o dia mais sangrento no país em mais de 18 anos, desde a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah.
Amorim citou, na conversa com jornalistas, o conflito de 2006. Ele lembrou que, à época, o Itamaraty atuou para repatriar brasileiros e disse que já é planejada uma operação do tipo caso seja necessário.