Ataque da Otan no Afeganistão matou 30 civis

O bombardeio de 4 de setembro na província de Kunduz, ao norte, suscitou críticas no país

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Cerca de 100 pessoas, incluindo 30 civis, morreram em um ataque aéreo da Otan liderado por tropas alemãs contra dois caminhões-tanques sequestrados no norte do Afeganistão este mês, disse uma autoridade indicada pelo governo neste domingo

O bombardeio de 4 de setembro na província de Kunduz, ao norte, suscitou críticas no país e exterior e provocou um debate intenso na Alemanha sobre a estratégia do país no Afeganistão, duas semanas antes de uma eleição.

O presidente afegão, Hamid Karzai, disse na semana passada que o ataque aéreo foi um grande "erro de julgamento" por parte das forças alemãs e indicou uma comissão para investigar o incidente. "Com base em nossas entrevistas com oficiais locais, moradores e governador distrital, nós descobrimos que 119 pessoas foram mortas e feridas", disse à Reuters no domingo Mohammadullah Baktash, um dos investigadores da comissão indicada por Karzai.

"Trinta civis foram mortos e nove ficaram feridos. Sessenta e nove pessoas do Taliban foram mortas, 49 delas estavam armadas e 20, desarmadas. E 11 talibans foram feridos", disse. Na segunda-feira passada, o grupo de direitos humanos local Afghan Rights Monitor disse que com base nas informações que levantaram com moradores locais, entre 60 e 70 civis foram mortos no ataque.

O incidente é o primeiro em que forças ocidentais foram acusadas de matar um grande número de civis desde que McChrystal assumiu o comando das tropas estrangeiras em junho, quando anunciou que a proteção dos afegãos seria uma prioridade. A Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) ainda precisa finalizar sua investigação, mas reconhece que houve morte de civis.

Perguntando se a operação aérea era necessária, Baktash disse que isso seria uma decisão de Karzai. "Nós estivemos lá apenas para investigar quantas pessoas morreram. Nós não podemos dizer se o ataque aéreo era necessário ou não. Vamos apresentar nosso relatório a Karzai e será uma opção dele investigar com os alemães", disse Baktash.

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