Protestos em defesa da Petrobras e a favor do governo Dilma Rousseff reuniram, nesta sexta-feira (13), 33 mil pessoas, segundo as autoridades policiais, e 175 mil, segundo organizadores. Os manifestantes, que foram convocados por centrais sindicais e outras entidades, também reivindicaram direitos dos trabalhadores, reforma agrária e reforma política.
Os atos foram pacíficos e nenhum incidente grave foi registrado. Em São Paulo, ato na Avenida Paulista reuniu 12 mil segundo a PM e 100 mil segundo a CUT. No Centro do Rio, foram entre 1.000 e 1.500 pessoas, de acordo com a polícia, e 5.000, de acordo com a CUT.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, comemorou o resultado dos atos pelo país, pediu o fim da tentativa de criar um terceiro turno das eleições e cobrou redirecionamento da política econômica. "Foi um sucesso extraordinário. Manifestação em todas as capitais pelo direito dos trabalhadores, pela democracia, contra qualquer tipo de retrocesso, em defesa da Petrobras como empresa pública e solicitando para o Brasil que nós tenhamos condição de crescer com uma política econômica voltada para o crescimento", disse o presidente da CUT.
Em São Paulo, a concentração em frente à sede da empresa, na Avenida Paulista, começou logo depois do meio-dia. Às 15h30, o grupo começou a caminhar em direção à Praça da República. Além dos sindicalistas da CUT, houve participação da CTB, integrantes de partidos políticos e de movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na Avenida Paulista, o presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que há tentativa de criar um 3º turno para a eleição presidencial. "Nós temos que acabar a eleição. A eleição já acabou. (...) Esse ato fala que o Brasil precisa acabar com esse terceiro turno.
As pessoas que querem se manifestar contra ou a favor do governo ainda têm muito espaço porque isso é uma democracia", disse o presidente da CUT. Ainda na entrevista concedida antes da saída da passeata, o presidente da CUT fez críticas à política econômica atual do governo e pregou unidade. "Agora precisamos de uma unidade nacional para o Brasil ter crescimento. E uma política enconômica voltada para o crescimento. Se ficar só corta, corta, corta, sem investimento, não anda a economia e, portanto, não gera emprego." Articulação de professores Em sintonia com as posições da CUT, a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, sindicato dos professores da rede estadual de ensino, critica o ato marcado para domingo.
"Se fosse uma crítica ao governo, não seria contra. Mas é um ato golpista sim. Se as pessoas querem mudanças, têm que fazer pressão pra alterar a política econômica e outros aspectos da administração. Há um grupo que defende até a volta da ditadura", diz. Os professores da rede estadual decidiram em assembleia entrar em greve. A categoria pede, entre outras coisas, reajuste de 75% de reajuste salarial - o piso é de R$ 2.300 para 40 horas semanais. Segundo Maria Izabel, o ato já estava marcada desde 29 de janeiro, e não foi direcionado contra a manifestação de domingo.