Número 2 de ministério se demite após denúncia de revista

Não participei e nem compactuo com ilegalidades. Tenho 40 anos de serviço público. Jamais fui acusado de conduta irregular

secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Milton Ortolan | Reprodução
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Após reportagem publicada na edição deste final de semana da revista "Veja", o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Milton Ortolan, pediu demissão.

Segundo a revista, o secretário, auxiliar direto do ministro Wagner Rossi, tinha relações com um lobista que, de acordo com a publicação, atua dentro do ministério, defendendo interesses de empresas. Ortolan nega ter cometido irregularidades.

Júlio Fróes, o suposto lobista, teria, segundo a revista "Veja", um "escritório clandestino" dentro do ministério no qual prepararia editais, analisaria processos de licitação e defenderia os interesses de empresas nesses processos. Segundo a publicação, Fróes se apresentava como representante do ministério e, em entrevista, afirmou conhecer o ministro Wagner Rossi e o secretário-executivo Milton Ortolan.

Antes de informar sobre o pedido de demissão de Ortolan, a assessoria do Ministério da Agricultura havia divulgado nota do ministro Wagner Rossi, na qual ele negava ser amigo ou ter participado de reuniões com Fróes.

"Repudio as informações constantes da reportagem que tratam de Júlio Fróes, apresentado pela revista como meu amigo, segundo palavras atribuídas a ele. Nunca participei de reunião com este senhor. Não desfruta de minha amizade e nem de minha confiança. Reafirmo: não é meu amigo", disse Rossi.

Leia abaixo a íntegra da nota de Milton Ortolan, divulgada pela assessoria do Ministério dos Transportes.

"Nota à imprensa"

Milton Ortolan repudia matéria publicada na revista Veja, em 6 de agosto

Brasília (06/8/2011) - Repudio as informações publicadas de que sou conivente com irregularidades e desvios de recursos no Ministério da Agricultura, conforme aponta reportagem.

Em relação ao senhor Júlio Fróes, informo que o conheci por ocasião do início do processo de contratação da Fundação São Paulo (PUC-SP). Chegou a mim como sendo um representante da PUC-SP.

Desconheço a mencionada reunião realizada na Assessoria Parlamentar do Ministério da Agricultura para distribuição de ?propina?.

Não participei e nem compactuo com ilegalidades. Tenho 40 anos de serviço público. Jamais fui acusado de conduta irregular.

Sinto-me injustiçado e ofendido pelas suspeitas levantadas na reportagem.

Informo que apresentei ao ministro, nesta data, meu pedido de demissão, em caráter irrevogável, do cargo de secretário-executivo do Ministério da Agricultura.

Solicito que sejam feitas investigações em todos os níveis considerados necessários. Coloco-me à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos.

Tenho a consciência tranquila e provarei minha inocência.

Brasília, 6 de agosto de 2011

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