O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou na noite desta quarta-feira (9) no Palácio do Planalto que o rebaixamento da nota do Brasil pela agência de avaliação de risco Standard and Poor's foi uma "surpresa", que a notícia "não é boa", mas "pode ser revertida".
Nesta quarta, a Standard and Poor's anunciou a nota do país foi rebaixada de "BBB-" para "BB+", com perspectiva negativa. A agência é a primeira, entre as principais, a tirar do Brasil o selo de "bom pagador".
"Foi surpresa? Sim. Temos trabalhado para manter o grau de avaliação dos mercados ou no nivel atual ou melhorar avaliação. Esta noticia é uma noticia que não é boa e pode ser revertida e estamos trabalhando para isso. O governo brasileiro tem todos instrumentos para resolver a questão fiscal do pais. Agora, esta resolução depende de medidas legislativas, depende do esforço conjunto. Cabe ao Executivo propor medidas, e várias delas terão que tramitar no Congresso. Temos que respeitar o rito democratico de aplicação de medidas fiscais", declarou o ministro.
Em entrevista, Barbosa disse que pretendia passar "uma mensagem de segurança". "As pessoas podem ficar tranquilas. É apenas uma avaliação de uma agencia de risco, que é importante. Nós trabahamos para ter sempre a melhor avaliação por parte do mercado e por parte de todos agentes da economia", afirmou.
O ministro declarou que o governo continuará a honrar seus compromissos e todos os seus contratos. Segundo ele, o governo está construindo as condições para o reequilíbrio fiscal."Estamos em uma fase de transição, de travessia, de dificuldade econômica, que outros paises já atravessaram. Tenho certeza de que esta avaliação será revertida assim que as coisas melhorarem. Estamos trabalhando intensamente para melhorar as condições fiscais do Brasil e para manter empregos", afirmou.
Sobre o envio para o Congresso de uma proposta de Orçamento para 2016 com déficit de R$ 30,5 bilhões – segundo a agência, "um desacordo com a composição e magnifude das medidas necessárias para reequilibrar as contas públicas" –, Barbosa afirmou que o correto é sempre um orçamento "transparente"."O governo apresentou um orçamento com base no cenário macroeconômico esperado para o próximo ano e com base na legislação vigente no Brasil, tanto na área tributária quanto na área dos gastos obrigatórios. Nós estamos trabalhando em propostas para melhorar a situação fiscal e nós vamos procurar sempre o resultado primário mais elevado para melhorar a situação do Brasil", declarou.