O bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da Rede Record, usou seu culto anteontem em SP para rebater a informação de que o candidato a prefeito Celso Russomanno (PRB-SP) é ligado a ele. Disse que "nem conhece o cidadão". E culpou "a mídia, que bate, bate, bate", por espalhar essa "estupidez". Macedo pregou para cerca de 6.000 fiéis (segundo a igreja) no templo da avenida João Dias, em Santo Amaro.
"Este mundo todo me odeia. Não é verdade? É ou não é? Nos jornais, metem o cacete no bispo Macedo. Eles dizem: esse país só vai mudar quando o bispo Macedo morrer."
s fiéis respondiam "sim, sim, sim!" às falas do líder evangélico. "[A mídia] diz que tem um candidato aí... "Ah, é o bispo Macedo que está por trás". Olha a estupidez. Nem conheço o cidadão, nem conheço", disse, sem citar nominalmente o candidato.
"Eu tenho a Record. Vou na Record uma, duas vezes no ano. É ignorância, é muita estupidez. Você acha que vou abrir mão daquilo que gosto, que faço com prazer... [ininteligível] para ficar cuidando de outras coisas?", disse.
O tema ocupou cerca de três minutos nas duas horas em que Macedo discursou, cantou e pregou ajoelhado.
O carro-chefe do culto foi o avanço de outras igrejas evangélicas, como a Mundial do Poder de Deus (de Valdemiro Santiago) e Internacional da Graça de Deus (R.R. Soares, casado com uma irmã de Macedo), lideradas por dissidentes da Universal. "Não ouça nenhum pastor. Fixe-se aqui", instruiu bispo Macedo. Ele usou a metáfora de "misturar vinhos" para afirmar que o fiel deve escolher apenas uma denominação para seguir.
"E eu pergunto: quem fica curado assim? [...] Andando feito piolho na cabeça dos outros. Você quer ser livre, defina sua vida, sua fé. Você se encaixou bem na igreja "A", então fique nessa igreja. Não liguem a televisão tentando buscar outros canais que falem de Jesus. Todo mundo fala de Jesus, até o diabo fala de Jesus."
Em meio à pregação, Macedo pediu ajuda para pagar contas de luz e água no total de R$ 65 mil do templo de Salomão, réplica do monumento de Jerusalém, em fase de construção no Brás. "Se não tem ninguém para pagar, vamos fazer uma vaquinha."