Bolsonaro admite possibilidade de ser preso

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou enxergar risco real de ser preso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e criticou o que chamou de "insegurança jurídica" no país. As afirmações foram feitas em entrevista à rede AuriVerde, após reportagem do Metrópoles revelar que o ministro Alexandre de Moraes encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um despacho solicitando avaliação sobre a necessidade de prisão preventiva do ex-mandatário.

Até já avisei quem trabalha comigo, dirigindo meu carro, para nem passar perto de embaixadas. Alguns me criticaram lá atrás, achando que eu ia fugir para a Embaixada da Hungria [...] A possibilidade [de ser preso] existe. Nós vivemos uma completa insegurança jurídica.

Afirmou Bolsonaro, mencionando ainda receber "cartas de presos políticos" com relatos de dramas pessoais.

O despacho de Moraes, assinado em 18 de março, pede que a PGR avalie se a prisão é necessária para "garantir a ordem pública e a instrução processual". O ministro também questiona se os recentes atos pela anistia convocados por Bolsonaro configurariam crimes como obstrução de Justiça ou incitação contra instituições democráticas – fundamentos que poderiam justificar uma prisão antes da condenação definitiva.

Até o momento, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, não se manifestou sobre o caso. A prisão preventiva, se decretada, teria duração indeterminada, aguardando o julgamento do mérito pela Primeira Turma do STF, onde Bolsonaro é réu por tentativa de golpe em 2022. As declarações do ex-presidente ocorrem em meio a crescente tensão entre seu círculo político e o Judiciário, com aliados tratando o caso como "perseguição".