O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) apresentou denúncia contra a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) no Conselho de Ética do Senado ontem (13). O congressista pede à Casa que a parlamentar se explique por tê-lo ofendido, por tê-lo chamado de pedófilo e corrupto, em entrevista à televisão. Bolsonaro afirma que houve falta de decoro parlamentar por parte da senadora.
O presidente do Conselho de Ética do Senado João Alberto Souza (PMDB-MA) tem cinco dias, a partir desta quinta-feira, para analisar e se pronunciar sobre a denúncia.
O deputado alega ainda que Marinor o teria agredido em sessão da Comissão de Direitos Humanos do Senado, no dia 12 de maio, quando estava sendo discutido o Projeto de Lei que criminaliza a homofobia.
Na ocasião, após a retirada do projeto que criminaliza a homofobia da pauta de votação, enquanto a relatora da proposta, Marta Suplicy (PT-SP), concedia entrevista à imprensa, Bolsonaro exibiu um panfleto contra a ampliação dos direitos dos homossexuais, o que irritou Marinor, que chegou a bater na mão do deputado.
Marinor tentou impedir que Bolsonaro exibisse o panfleto e o chamou de homofóbico, o que resultou em discussão.
Anteriormente, Marinor entrou com representação na Câmara contra o deputado, acusando-o de racista, mas o conselho de ética da casa arquivou o processo ontem.
Segundo o Conselho de Ética do Senado, uma representação pode levar à perda de mandato e tem de ser feita por um partido político. Já uma denúncia, poder ser feita por qualquer cidadão comum, mas não gera a perda do cargo.
A representação contra Bolsonaro dizia que ele foi racista ao responder uma pergunta feita pela cantora Preta Gil, durante o programa "CQC", da TV Band, em março passado.
Ao ser questionado qual seria a reação dele se seu filho se apaixonasse por uma negra, o parlamentar respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu".