Bolsonaro diz nunca ter determinado a inclusão de dados em seu cartão

Bolsonaro prestou o mais longo depoimento na tarde desta terça-feira, 16

Ex-presidente chega à sede da PF | Marcelo Camargo/Agência Brasil
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No mais longo depoimento prestado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro à Polícia Federal, nesta terça-feira, 16, ele afirmou que nunca determinou e nem soube da inclusão de dados falsos no ConecteSUS e declarou que não teria motivos para fazer isso.  Bolsonaro prestou dempoimento de 3 horas, na sede da PF, em Brasília (DF), com resposta a 60 perguntas, onde falou sobre a suposta falsificação nos cartões de vacinação dele, da filha, de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e de pessoas próximas.

Após a conclusão do depoimento e revisão por sua equipe de defesa, Bolsonaro deixou a PF sem falar com a imprensa. Seus advogados também evitaram os jornalistas, alegando a necessidade de pegar um voo. Durante o depoimento, Bolsonaro apresentou sua versão dos fatos em relação ao caso investigado pela Operação VenireA Polícia Federal está investigando Bolsonaro e outras 15 pessoas por infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

No depoimento, Bolsonaro alegou que Mauro Cid tinha acesso ao seu celular e mexia no aparelho sem permissão. Se questionado se sabia da falsificação, Bolsonaro afirmaria que não tinha conhecimento e foi pego de surpresa. No entanto, essas alegações entram em conflito com as diligências realizadas pela Polícia Federal.

Quando a documentação que embasou a prisão de aliados de Bolsonaro, como Mauro Cid, foi liberada por Moraes, foi revelado que o usuário de Bolsonaro no aplicativo ConecteSUS, do Ministério da Saúde, emitiu pelo menos quatro certificados de vacinação contra a Covid-19 que seriam do ex-presidente, sendo que três desses certificados foram emitidos em 22, 27 e 30 de dezembro de 2022, antes de Bolsonaro viajar para Orlando, Estados Unidos. 

Após o dia 30, o e-mail foi modificado, transferindo o controle para Marcelo Costa Câmara, assessor especial do ex-presidente. Os cartões de vacinação foram posteriormente apagados. Espera-se que a defesa de Bolsonaro insista no argumento de que ele não tinha conhecimento do suposto esquema de falsificação nos cartões de vacinação e aponte Mauro Cid como responsável pelas fraudes.

Para a Polícia Federal, o ex-presidente sabia do esquema. “Jair Bolsonaro, Mauro Cid e, possivelmente, Marcelo Câmara tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação, se quedando inertes em relação a tais fatos até o presente momento”, diz a PF. 

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