O hacker Walter Delgatti Neto, preso pela Polícia Federal, relatou em depoimento que teve uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada para discutir o sistema das urnas eletrônicas. Segundo Delgatti Neto, durante o encontro, Bolsonaro questionou se ele poderia invadir as urnas eletrônicas com o código-fonte dos equipamentos, mas o hacker afirmou que isso não avançou.
A suposta reunião teria sido intermediada pela deputada federal Carla Zambelli, que também foi alvo da operação da PF. Delgatti Neto explicou aos investigadores que o acesso ao código-fonte das urnas só poderia ser feito na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que ele não teria permissão para ir lá.
O TSE autoriza o acesso antecipado aos sistemas eleitorais para fins de auditoria, mas ocorre em ambiente específico e supervisionado pelo tribunal, visando garantir a segurança dos equipamentos.
O relatório da PF destaca: "Apenas pode afirmar que a Deputada Carla Zambelli esteve envolvida nos atos do declarante, sendo que o declarante, conforme saiu em reportagem, encontrou o ex-Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Alvorada, tendo o mesmo lhe perguntado se o declarante, munido do código-fonte, conseguiria invadir a Urna Eletrônica, mas isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do Tribunal, e o declarante não poderia ir até lá, sendo que tudo que foi colocado no Relatório das Forças Armadas foi com base em explicações do declarante."