Bolsonaro se compara a Dilma e diz querer disputar as eleições de 2024

Em entrevista, o ex-presidente alegou que Alexandre de Moraes quer “culpá-lo pelo 8 de janeiro“

Bolsonaro também criticou a absolvição de Lula | Reprodução/Internet
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Na manhã desta sexta-feira (23), em entrevista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que quer ter seus direitos políticos já no próximo ano, pois deseja concorrer a cargos públicos nas eleições municipais. Ele ainda se comparou com a ex-presidente Dilma Rousseff que passou por um processo de impeachment em 2018.

“Eu quero participar das eleições do ano que vem, vou participar, sim. Quero continuar com meu direito, e não tem nada que possa me tirar do direito político, a não ser uma arbitrariedade. A Dilma foi cassada e continuou com seus direitos. Está errado. O Lula foi condenado e foi eleito presidente da República. Está errado aí também”, declarou.

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O ex-chefe do Executivo comentava sobre o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, o magistrado tenta, a todo custo, “culpá-lo pelo 8 de janeiro".

“É muito ruim quando se aparelha o Judiciário para atingir fins políticos. Eu estou com 68 anos de idade, estamos participando nesses dois dias dessa nossa vinda a Porto Alegre (RS), na assembleia legislativa, conversando com a população. A gente sonha em continuar trabalhando pelo futuro do nosso Brasil. Do Rio Grande do Sul, mas mais importante é o Brasil. Estamos empenhados nessa missão”, afirmou.

Ele também falou sobre a possibilidade de participar da corrida eleitoral em 2026. “Obviamente, me tirando os direitos políticos eu não vou estar morto, mas prefiro poder disputar alguma coisa em 2026. Me tirar agora direitos políticos, sem uma prova, sem algo de concreto que eu tenha feito, isso é um crime”, apontou.

“Alguns falam para eu ser mais calmo. Eu estou tendo calma para falar. Quem não está tendo a devida atenção [ao] que está acontecendo são alguns do Tribunal Superior Eleitoral, que ficam botando o dedo, apertando o acelerador como se eu fosse um mal para o Brasil”, completou.

Na entrevista, Bolsonaro ainda disse que, caso se torne inelegível, não conseguirá disputar outro cargo político antes da morte. “Se me tornarem inelegível agora, eu não posso disputar a eleição de 2026, não posso disputar a de 2030. Vou disputar em 2034. Eu acho que até lá eu já terei ido embora”, comentou.

Julgamento iniciado

Quando marcou o julgamento do ex-comandante, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, previu que a discussão se estenderia em até três dias periódicos. A análise teve início na noite desta quinta-feira (22). E, caso não haja nenhum pedido de vista, o julgamento continua em 29 de junho.

No dia 27, o relator da ação, Benedito Gonçalves, vai anunciar seu voto fundamentado em cerca de 460 páginas. Logo após, o mesmo rito será feito pelos ministros Raul Araújo Filho, Floriano de Azevedo Marques, Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Nunes Marques e Alexandre de Moraes.

Para ser considerado culpado e punido à inelegibilidade por oito anos, Bolsonaro precisa ser condenado por pelo menos quatro dos sete ministros.

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