Em depoimento à Polícia Federal, nesta segunda-feira, por videochamada, no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília (BPEB), o ex-ajudante de ordem, o tenente-coronel Mauro Cid, afirmou que o então presidente Jair Bolsonaro solicitou que ele tentasse recuperar as joias que vieram da Arábia Saudita e que estavam retidas na alfândega no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
De acordo com informações do G1, que obteve acesso às informações do depoimento, Mauro Cid explicou que o ex-presidente Bolsonaro informou a respeito da apreensão do conjunto de joias no mês de dezembro e na ocasião, pediu que fosse feita a regularização das joias. O inquérito é conduzido por investigadores de São Paulo.
Inicialmente, o depoimento de Mauro Cid estava agendado para o dia 3 de maio, data em que o ex-ajudante de ordem foi preso no inquérito que apura fraudes nos cartões de vacina do ex-presidente, de integrantes de sua família, antes de viagem aos Estados Unidos.
Durante o depoimento anterior, ocorrido em 5 de abril, Mauro Cid afirmou que as tentativas de resgate das joias sauditas apreendidas pela Receita Federal foram realizadas dentro da legalidade, como “missões” da Ajudância de Ordens da Presidência. No mesmo dia, o ex-presidente também depôs em Brasília, no mesmo inquérito.
O ex-ajudante de ordens já prestou depoimento à Polícia Federal durante três ocasiões. Em duas, ele prestou esclarecimentos sobre fraude nos cartões de vacinação e uma pelas joias. No depoimento da segunda-feira consolida a 2ª vez em que Cid depõe no âmbito do inquérito que investiga a tentativa do governo Bolsonaro de entrar com joias sauditas no Brasil sem declará-las à Receita Federal.