As investigações da Polícia Federal (PF) sobre a organização criminosa vinculada a Jair Bolsonaro (PL) têm mergulhado o ex-presidente em crescente apreensão, especialmente com relação à iminente delação do ex-tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência. O temor de Bolsonaro reside na possível implicação de seus filhos, Michelle Bolsonaro (PL) e até mesmo ex-mulheres nos crimes relatados por Cid.
De acordo com reportagem de Aguirre Talento no portal Uol, Cid implicou Bolsonaro diretamente na fraude dos cartões de vacinação. Entre os documentos adulterados está o da filha de Bolsonaro, Laura, de 13 anos, alegadamente não vacinada contra a Covid-19 por ordens do pai. Segundo Cid, a fraude foi realizada a mando de Bolsonaro, incluindo certificados de vacinação para o próprio militar e sua família, possibilitando acompanhar o ex-presidente nos EUA.
Após a revelação da delação, Bolsonaro teria optado por se distanciar definitivamente da família Cid, apesar das tentativas anteriores de reaproximação com o pai do ex-ajudante de ordens, o general Mauro Cesar Lourena Cid. O ex-presidente, desconfiado, se prepara para enfrentar judicialmente as implicações de Cid, acreditando que é o alvo principal da delação.
A versão de Bolsonaro sobre as fraudes nos cartões de vacinação contrasta com a de Cid. Bolsonaro afirmou anteriormente que desconhecia as fraudes e não orientou ninguém nesse sentido. Fábio Wajngarten, seu advogado, respalda essa versão, destacando que o visto de Bolsonaro para os EUA não dependia do certificado de vacinação, o mesmo valendo para sua filha.
As investigações sobre as fraudes nos cartões de vacinação, notadamente avançadas na PF, têm potencial para implicar Bolsonaro legalmente. Descobertas no celular de Cid revelaram mensagens solicitando inserção de dados falsos no sistema eletrônico do SUS, fundamentais para as fraudes nos cartões. A Operação Venire, realizada em maio, incluiu buscas na casa de Bolsonaro e prisões, destacando a possível complexidade do esquema fraudulento operado em postos de saúde de Duque de Caxias, RJ. Cid, preso nesta operação, foi posteriormente liberado após homologação de um acordo de delação premiada em setembro.
Para mais informações, acesse MeioNorte.com