
O ex-presidente Jair Bolsonaro acompanha no Supremo Tribunal Federal (STF) a sessão da Primeira Turma, que vai analisar a denúncia da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, que pode torná-lo réu por uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro se sentou na primeira fila, na frente dos ministros, para assistir ao julgamento. Antes da sessão, o ex-presidente conversou com seus advogados. Embora tenha a defesa técnica, ele parece ter poucas expectativas de um resultado favorável e tem focado em um embate político contra o STF.
Estando em São Paulo, Bolsonaro chegou cedo a Brasília e, nesta manhã, compartilhou com algumas pessoas uma extensa lista de argumentos contra o julgamento no Supremo.
O ex-presidente se considera um perseguido político e afirma que "jamais esteve envolvido em atos de corrupção". Bolsonaro também nega as acusações de tentativa de golpe de Estado, alegando que nunca cogitou uma ruptura democrática.
MORAES ABRE A SESSÃO
O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, iniciou a leitura do relatório às 9h48. De acordo com assessores, ele fará uma descrição detalhada do caso durante essa leitura.
Logo no começo, Moraes leu um trecho da denúncia da Procuradoria-Geral da República que afirma:
A natureza estável e permanente da organização criminosa é evidente em sua ação progressiva e coordenada, que se iniciou em julho de 2021 e se estendeu até janeiro de 2023. As práticas da organização caracterizaram-se por uma série de atos dolosos ordenadas à abolição do Estado Democrático de Direito e à deposição do governo legitimamente eleito.
DENÚNCIA
A denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, apresentada em fevereiro pela Procuradoria-Geral da República (PGR), se baseia em investigações da Polícia Federal. A PGR fez cinco pedidos de abertura de ação penal, dividindo os 34 denunciados entre cinco acusações. O colegiado analisará a denúncia que envolve Bolsonaro e mais sete pessoas.
São elas:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier Santos; ex-comandante da Marinha do Brasil;
- Anderson Torres; ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
- General Augusto Heleno; ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência;
- Mauro Cid; ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.