Após a expulsão do embaixador brasileiro na Nicarágua, Breno Souza da Costa, pelo governo nicaraguense, nesta quarta-feira (7), o Brasil expulsou a embaixadora da Nicarágua, Fulvia Patricia Castro Matu, seguindo o princípio da reciprocidade. A decisão foi tomada após uma reunião entre o presidente Lula e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
TENSÃO
As relações entre os dois países já estavam tensas, especialmente após o Brasil não enviar representantes para as celebrações do aniversário da Revolução Sandinista em julho. O governo nicaraguense teria retaliado devido à ausência brasileira no evento, uma decisão apoiada pelo presidente nicaraguense, Daniel Ortega, que lidera o país desde 2007.
NÃO TEVE "ERRO"
Ao g1, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que o governo brasileiro avalia que não houve um "erro" por parte do embaixador em não comparecer às celebrações. "Nenhum embaixador em país nenhum é obrigado a estar presente em eventos", disse Costa.
RELAÇÕES ESTREMECIDAS
A deterioração das relações também está ligada ao congelamento diplomático decidido pelo Brasil, em resposta à perseguição do governo Ortega contra a Igreja Católica. A crise diplomática marca mais um capítulo na longa liderança autocrática de Ortega, acusada de autoritarismo e repressão a opositores no país.
QUEM É ORTEGA
Ortega é um ex-guerrilheiro de um movimento de esquerda dos anos 1970 conhecido como sandinista. Ele também governou o país nos anos 1980, depois que seu partido, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), derrubou em 1979 o ditador Anastasio Somoza. A derrubada de Somoza é conhecida como a Revolução Sandinista.
17 ANOS NO PODER
Os sandinistas governaram Nicarágua até 1990, quando foram derrotados na eleição presidencial realizada no país. Daniel Ortega assumiu o país em 2007. Há 17 anos no poder, Ortega é acusado por críticos de nepotismo e de instaurar uma ditadura. O ex-guerrilheiro alega que seu governo é do povo e defende a soberania do país dos "ataques" dos Estados Unidos.
Com informações do g1