Nesta segunda-feira (11), o Brasil deu início à sua presidência do G20, marcando o início de uma agenda de trabalho com propostas inéditas. Os primeiros encontros foram realizados no Palácio do Itamaraty, em Brasília, e destacaram uma abordagem única: as trilhas de Sherpas e Finanças reuniram-se no início deste novo mandato, algo inédito para a presidência brasileira.
A proposta do governo brasileiro é apresentar a agenda de trabalho e os pilares de sua gestão, concentrando-se no combate à fome e à pobreza, nas três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e na reforma da governança global. O Brasil busca integrar desde o princípio o debate político com soluções financeiras.
Uma das iniciativas apresentadas pelo governo brasileiro é uma proposta global para erradicação da pobreza e combate à fome e à desnutrição. Além disso, começaram as negociações sobre as declarações e outros atos a serem adotados pelos líderes do G20 na cúpula do Rio de Janeiro.
Nos próximos dias, a Trilha de Sherpas, composta por emissários pessoais dos líderes do G20, supervisionará as negociações e coordenará a maior parte do trabalho. Em seguida, ocorrerá uma reunião conjunta com as duas trilhas, contando com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reforçará a importância do diálogo entre os dois eixos e as prioridades da gestão brasileira.
Os dias 14 e 15 serão dedicados ao encontro da Trilha de Finanças, liderada pelos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países-membros, responsável pelos debates econômicos do G20.
O Brasil planeja realizar 130 reuniões ao longo do próximo ano, abordando temas em 13 cidades do país. O resultado final da agenda de trabalho será apresentado na Cúpula de Líderes do G20, prevista para 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.
Prioridades do Brasil para a Presidência do G20
A presidência brasileira do G20 traz as principais bandeiras do governo Lula, focando no combate à fome e à pobreza, nas três dimensões do desenvolvimento sustentável e na reforma da governança global. Três forças-tarefa foram estabelecidas para tratar desses temas, abordando Finanças e Saúde, combate à fome e à desigualdade, e enfrentamento das mudanças climáticas. O governo busca deixar contribuições inéditas nessas áreas, destacando-se ainda com uma iniciativa pela bioeconomia.
Outro ponto crucial é a abordagem da governança global, onde o presidente Lula critica a baixa influência e formação do Conselho de Segurança da ONU e defende prioridade às necessidades das nações em desenvolvimento em instituições multilaterais de crédito. O governo visa criar um ambiente que evidencie as falhas no modelo atual, mantendo debates robustos sobre os pilares da presidência brasileira.
A presidência do G20 é considerada o ponto alto da agenda internacional de Lula, representando um evento fundamental para a posição internacional do Brasil. O país assumirá a presidência do grupo da Índia, passando-a para a África do Sul em dezembro de 2024. O G20 reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e, a partir deste ano, a União Africana, abrangendo cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e 2/3 da população global.
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