O governo Lula (PT) decidiu aguardar mais informações antes de se posicionar oficialmente sobre as eleições presidenciais na Venezuela. O embaixador Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República para Relações Exteriores, liderará uma série de reuniões com observadores internacionais e autoridades para obter dados adicionais que comprovem ou contestam a legitimidade dos resultados eleitorais divulgados. O Brasil busca uma análise aprofundada das atas de votação antes de tomar qualquer decisão oficial.
denÚNCIA DE possíveL fraude
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou, antes do fim da contagem total, que o atual presidente Nicolás Maduro teria sido reeleito com 51,2% dos votos, enquanto o principal candidato da oposição, Edmundo González, recebeu 44,2%. A oposição imediatamente denunciou possíveis fraudes, acusando o CNE de não divulgar todas as atas das urnas eletrônicas utilizadas durante a eleição. A conexão do CNE com Maduro, através de seu presidente Elvis Amoroso, levanta ainda mais dúvidas sobre a transparência do processo.
abordagem do Brasil
A abordagem do Brasil será discreta e cuidadosa. Amorim fará solicitações de informações diretamente aos observadores internacionais e, possivelmente, ao próprio CNE, sem fazer cobranças públicas. O objetivo é assegurar uma posição equilibrada e informada, preservando a capacidade do Brasil de atuar como mediador em possíveis negociações entre o governo venezuelano e a oposição.
diálogo com o regime de Maduro
A postura cautelosa do Brasil é relevante, dado seu papel significativo na região e seu histórico de diálogo com o regime de Maduro. Enquanto países como Rússia, China, Nicarágua e Cuba já reconheceram a vitória de Maduro, outros, incluindo Argentina, Paraguai e Uruguai, optaram por não validar os resultados. O Brasil busca evitar precipitações, aguardando a completa apuração dos fatos antes de qualquer declaração oficial.
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