O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,9% no 1º trimestre deste ano, em comparação com os três meses anteriores, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (01). Quando observado o número em valores correntes, o PIB faturou 2,6 trilhões nestes três meses.
No primeiro trimestre, a economia brasileira registrou o quarto maior crescimento entre as 50 principais economias globais que já divulgaram seu desempenho nos três primeiros meses deste ano. O aumento do PIB brasileiro ficou atrás apenas de Hong Kong (5,3%), Polônia (3,8%) e China (2,2%), sendo igual ao da Tailândia.
O crescimento do número ocorreu, principalmente, em decorrência da atividade agropecuária, que teve uma alta de 21,6% no período - maior patamar atingido pelo setor desde o quarto trimestre de 1996.
Comparado ao último trimestre do ano passado, esse resultado representa uma forte aceleração, visto que, no fim de 2022, o PIB apresentou um declínio de 0,1%, segundo dados do IBGE.
O PIB do 1º trimestre ultrapassou as projeções calculadas pelo mercado. O Itaú Unibanco presumia um crescimento de 1,4% entre janeiro e março e de 3,4% na comparação anual. Já os cálculos do Banking and Trading Group Pactual (BTG Pactual) indicavam um aumento de 1,1% no trimestre passado e de 2,9% ano após ano.
Relação das atividades que resultaram no aumento do PIB
Agropecuária: alta de 21,6%
Serviços: alta de 0,6%
Indústria: baixa de 0,1%
Consumo das famílias: alta de 0,2%
Consumo do governo: alta de 0,3%
Investimentos: baixa de 3,4%
Exportações: baixa de 0,4%
Importação: baixa de 7,1%
Disparo da agro
A expectativa dos especialistas sobre a agropecuária era alta, uma vez que eles calculavam um resultado positivo para este trimestre.
Além dos aumento de 21,6%, o setor ruralista teve uma prospecção de 18,8% na comparação anual. O Itaú, por exemplo, projetava um crescimento de 14% ano a ano.
De acordo com Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, após um período com problemas climáticos impactando negativamente o campo no último ano, as previsões para 2023 são de safra recorde de soja, com aumento de 24% na produção.
"A safra da soja é concentrada no primeiro semestre do ano. Ao compararmos o quarto trimestre de um ano ruim com um primeiro trimestre bom, observamos esse crescimento expressivo da Agropecuária", observa.