Campos inicia campanha em favela do DF com críticas para governo federal

Candidato do PSB criticou política econômica e políticas de segurança

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No primeiro dia de campanha autorizada pela Justiça Eleitoral, o candidato do PSB à Presidência da República, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, visitou neste domingo (6) a comunidade Sol Nascente, favela no Distrito Federal a cerca de 35 quilômetros de Brasília.

Acompanhado da candidata a vice em sua chapa, Marina Silva, e do candidato a governador do Distrito Federal pelo PSB, Rodrigo Rollemberg, Campos percorreu ruas da cidade, conversou com moradores, comerciantes e ouviu deles reclamações quanto à violência na região, ruas sem asfalto e falta de escolas na cidade.

Cercado por militantes do PSB, o ex-governador dirigiu críticas à política econômica do governo federal e às ações se segurança pública e educação. Ele duas promessas às pessoas com quem conversou: reduzir os índices de inflação e garantir escola de ensino integral, "para que as mães das crianças possam trabalhar".

Em uma das ruas do Sol Nascente, em Ceilândia, um morador que cobriu o rosto com uma camisa chamou Campos de "ladrão" e disse que era para o candidato do PSB sair da cidade. Campos não respondeu e nenhum dos militantes discutiu com o homem.

Ao passar por lojas e barracas, ele conversou com jornalistas e criticou a quantidade de lixo e lama na principal avenida do Sol Nascente. No local, o candidato do PSB voltou a criticar o governo federal e afirmou que a população da região foi "esquecida".

"Esta comunidade do Sol Nascente representa todas as prioridades que nós chamamos a atenção nas nossas diretrizes, que são as prioridades da população. Eu fui andando, junto com a Marina, e perguntando o principal problema da comunidade. E todas as respostas vieram ao encontro do nosso programa", disse Campos.

Durante a caminhada pelo Sol Nascente, Eduardo Campos também dirigiu críticas ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e disse que o governo deveria ter humildade e não disputar as eleições deste ano após o que ele chamou de ?fracasso?.

O candidato do PSB afirmou ainda que o governo local "fechou os ouvidos" e "deu as costas para a população" mais pobre da região.

"Não se pode admitir que, a 35 quilômetros do Palácio do Planalto, em um estado governado pelo mesmo partido [PT], você ande em uma comunidade que sequer tem o lixo retirado das ruas. [O atual governo] não deveria nem disputar a eleição, deveria ter a humildade de dizer que fracassou?, disse Campos.

Marina Silva

A candidata a vice na chapa de Campos na disputa ao Planalto, Marina Silva, afirmou que há uma ?triste realidade? no Brasil porque, segundo ela, a população mais pobre é esquecida. A ex-senadora disse que é preciso investir em segurança pública, saúde e tratamento de esgoto.

Segundo Marina, a decisão de iniciar a campanha eleitoral no Sol Nascente teve a intenção de mostrar que, a 35 quilômetros de Brasília não há saneamento básico, atendimento de saúde, educação, saúde, a população vive sem segurança e com esgoto "a céu aberto" e com lixo jogador na rua.

"Uma comunidade em que a gente vê uma realidade tão triste. (?) Temos insistido que nós não vamos fazer uma carta aos brasileiros. Já tivemos um presidente que se elegeu fazendo apelo aos brasileiros, um presidente que pediu um voto de confiança. Nós teremos um presidente que vai se eleger com uma carta dos brasileiros, e não aos brasileiros", disse Marina ao se referir a Eduardo Campos.

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