Levantamento com base nas prestações de contas finais apresentadas para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta que candidatos a prefeito e vereador de todo o Brasil gastaram R$ 3.586.264.174,60 no primeiro turno das eleições municipais de 2012.
Segundo o levantamento, a maior soma de despesas é dos candidatos do PMDB (R$ 523,6 milhões), seguido por PT (R$ 492,6 milhões), PSDB (R$ 364 milhões), PSB (R$ 274,6 milhões), PSD (R$ 246,8 milhões) e PP (R$ 209 milhões).
Levando em conta somente candidaturas a prefeito, a ordem é semelhante. O PMDB é o partido que soma maior despesa (R$ 324 milhões), seguido de PT (R$ 286,9 milhões), PSDB (R$ 224,5 milhões), PSB (R$ 178 milhões), PSD (R$ 142 milhões) e PDT (R$ R$ 108,8 milhões).
A campanhas a prefeito no primeiro turno somaram despesas no valor de R$ 1,873 bilhão, contra R$ 1,713 bilhão gastos pelos candidatos a vereador. Em 2012, concorreram a prefeituras um total de 15.788 candidatos. Outros 449.777 disputaram vaga nas câmaras municipais.
O gasto médio por candidato a prefeito foi de R$ 118,6 mil. Despesa com concorrente a vereador ficou em R$ 3,8 mil.
Os dados do TSE mostram ainda uma arrecadação -- R$ 3,53 bilhões ao todo -- menor do que o gasto total, ou seja, muitos candidatos gastaram mais do que receberam em doações. Um exemplo é o prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que declarou arrecadação de R$ 42 milhões e gasto total de R$ 67,9 milhões.
Ainda de acordo com o levantamento, parte dos gastos dos candidatos foi financiada por doações de partidos políticos e comitês eleitorais, que arrecadaram R$ 1,615 bilhão para as campanhas no primeiro turno. Do total recebido pelos candidatos a prefeito nas capitais, 71% ocorreu na forma de doações ?ocultas?, indiretamente, por meio de comitês e diretórios dos próprios partidos.
Nos estados
Na despesa total, somando gastos de candidatos a prefeito e a vereador, São Paulo lidera o ranking de despesas nesta eleição, com R$ 626,8 milhões em gastos declarados. Em seguida, estão Minas Gerais, com R$ 460,9 milhões; Rio de Janeiro, com R$ 232,8 milhões; Goiás, com R$ 216,3 milhões; Paraná, com R$ 201,7 milhões, e Bahia, com R$ 190,5 milhões.
Contando somente os candidatos a prefeito, Minas Gerais possui o maior gasto, R$ 280,2 milhões; seguido de São Paulo, com R$ 264,9 milhões, Goiás, com R$ 129,7 milhões; Bahia, com R$ 114,3 milhões, e Rio de Janeiro, com R$ 111,6 milhões.
As despesas de vereadores são maiores em São Paulo (R$ 361 milhões); Minas Gerais (R$ 180,7 milhões); Rio de Janeiro (R$ 121,3 milhões); Paraná (95,6 milhões) e Rio Grande do Sul (R$ 95,3 milhões).
Até setembro, quando foi apresentada a segunda declaração de gastos pelos candidatos, as arrecadações de todos os candidatos somavam R$ 1,395 bilhão.
Os dados com a receita e a despesa finais de primeiro turno das campanhas, apresentadas por candidatos, partidos políticos e comitês municipais, estaduais e nacionais à Justiça Eleitoral, mostram que essa quantia mais que dobrou desde então.
Os candidatos que concorreram ao primeiro turno das eleições municipais tiveram até o dia 6 de novembro para prestar contas das campanhas, mas os dados consolidados somente foram disponibilizados pelo TSE nesta semana.
Desde o início do período eleitoral, foram apresentadas duas declarações parciais, em 2 de agosto e 6 de setembro. O tribunal ainda deve consolidar a prestação de contas apresentada pelos candidatos que disputaram o segundo turno em 50 cidades brasileiras. O prazo acabou no dia 26 de novembro.
O TSE ainda não divulgou os dados consolidados com as prestações de conta das receitas e despesas nas 50 cidades onde ocorreu segundo turno.