O presidenciável do PSDB, governador José Serra, reservou a noite da última terça-feira (30) para preparar seu discurso de despedida do Palácio dos Bandeirantes. O tucano deixou com ar cansado o terceiro e último compromisso de sua agenda pública ontem: um anúncio da Secretaria do Trabalho, no Palácio.
- Estou muito cansado [...] Ainda não preparei o discurso de amanhã.
Serra perdeu a hora para o evento organizado do secretário do Trabalho, Guilherme Afif Domingos. Chegou com uma hora de atraso, com o evento em andamento. A demora do governador causou gracejos entre os secretários, que se revezavam em longos discursos à espera de Serra. Afif afirmou que ia "continuar falando para esperar o governador". Já o vice-governador, Alberto Goldman, recomedou que cada um falasse "um pouquinho para dar tempo de Serra chegar".
Quando finalmente chegegou, Serra agradeceu a dedicação de Afif:
- Ele é o secretário que todo governador quer e o ministro que todo presidente quer. Na área do trabalho, há antes de Afif e depois de Afif.
O secretário do Trabalho confirmou que deixa amanhã o governo para ficar à disposição do DEM e do PSDB. Ele é cotado para compor chapa com Geraldo Alckmin, na disputa estadual, como vice:
- Estou pronto para ajudar José Serra a chegar à Presidência da República.
Sete ou oito secretários devem deixar o governo paulista para disputar estas eleições, calcula Goldman. Ele disse que no dia 3 de abril os adjuntos assumem interinamente e que, depois, haverá uma semana para definir os substitutos.
De certo, por enquanto, só a saída do titular da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira. O secretário da Justiça, Luiz Antonio Marrey, é cotado para o posto.