Carcereiro de Lula revela detalhes inéditos dos 580 dias de prisão do presidente

O policial esclareceu dúvidas sobre o que Lula pensava sobre Bolsonaro, seu namoro com Janja e a volta ao Planalto

Lula e Jorge Chastalo Filho | Reprodução/Folha de SP
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Durante os 580 dias em que esteve preso pela Operação Lava Jato, em Curitiba, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve um observador privilegiado: o agente da Polícia Federal Jorge Chastalo Filho, responsável pelas celas de todos os detidos na operação. Até agora, Chastalo, que atualmente serve na Embaixada do Brasil em Lima, não havia concedido uma entrevista sobre sua experiência e as vivências ao lado do presidente.

Em detalhes, Chastalo compartilhou como foi a relação com Lula desde antes de sua chegada, quando foi necessário preparar cenários de segurança para acomodar o presidente. Primeiramente, transformou um dormitório de policiais no topo do prédio em uma "sala de Estado Maior" para receber Lula, convocando 60 policiais de outras localidades para reforçar a segurança, mesmo diante das previsões de que Lula não permaneceria preso por mais de cinco dias.

No decorrer desse convívio, Chastalo passou a ouvir de Lula recordações do passado, os desafios da prisão e os planos para o futuro. Lula, por sua vez, expressava satisfação com seus dois primeiros mandatos, reconhecendo que poderia ter defendido alguns projetos com mais empenho e manifestando o desejo de retornar ao Planalto.

Em relação a Jair Bolsonaro (PL), derrotado por Lula nas eleições de 2022, o presidente descrevia o então presidente como alguém "despreparado" para liderar o país. Durante o período em que Chastalo acompanhou Lula de perto, o presidente enfrentou não apenas derrotas judiciais, mas também perdas pessoais, como a morte de Sigmaringa Seixas e do irmão Vavá, além da tragédia mais devastadora, a morte de seu neto Arthur, de 7 anos, por meningite bacteriana, em março de 2019.

Chastalo também revelou detalhes sobre o namoro de Lula com Janja, atual primeira-dama do país. Viúvo desde fevereiro de 2017, quando Marisa Letícia faleceu, Lula iniciou o relacionamento com Janja antes de ser preso. Apesar dos desafios, o presidente fazia planos de casamento e trocava cartas com Janja, que só foi autorizada a visitá-lo alguns meses após sua prisão. O carcereiro ressaltou a importância de Janja, que cuidava de Lula enviando roupas e sopa durante o período de detenção.

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