O Governo do Estado solicitou ao Ministério da Agricultura a autorização para que o Piauí entre em estado de emergência fitossanitária devido à infestação pela lagarta Helicoverpa armigera, que ameaça quase 1 milhão de hectares plantados com soja, milho e feijão nos cerrados Piauienses.
Inicialmente, a presença da lagarta foi confirmada em lavouras dos municípios de Uruçuí, Baixa Grande do Ribeira, Santa Filomena, Sebastião Leal, Palmeiras do Piauí e Alvorada do Gurguéia.
Contudo, o risco potencial existe para todas as cidades dos cerrados. Os estados do Maranhão, Mato Grosso e Bahia também foram atingidos com a praga.
Este último já conseguiu autorização para ingressar em estado de emergência fitossanitária. A lagarta é mastigadora e conhecida por atacar geralmente os órgãos reprodutores dos vegetais hospedeiros.
O estado de emergência justifica uma série de medidas eficazes no combate, tendo em vista que a infestação por esta espécie de lagarta é especialmente mais perigosa, devido ao seu poder de mutação e destruição dos vegetais.
Apenas uma única lavoura infestada justificaria a adoção de estratégias emergenciais. Os riscos de perda se potencializam devido ao início da safra 2013/2014, que já inicia com 50 ou 60% das áreas cultiváveis já plantadas para o ano seguinte.
De acordo com diretor técnico da Agencia de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), Idílio Moura, o combate à praga se complica pela falta de defensivos eficazes no país.
?Os produtos defensivos utilizados normalmente nas lavouras brasileiras não possuem eficácia contra a Helicoverpa armigera. Apenas o benzoato de emamectina, é suficiente para o combate, entretanto ele precisa de autorização especial do Ministério para ser importado pelo Brasil e só em casos de emergência fitossanitária?, explicou o diretor técnico da Adapi.
Ainda de acordo com o diretor técnico, mais medidas devem ser associadas à aplicação dos defensivos, através de consórcio entre produtores, municípios e governo para a adoção de ações de manejo integrado que dificultem a extensão dos prejuízos.
?Entre as ações é preciso considerar o uso de controle físico através de armadilhas; controle biológico com a inserção de predadores naturais da lagarta; vazio sanitário com o intervalo de 90 dias entre produções; e uso de cultiváveis resistentes às pragas?, explica Idílio Moura.