Segundo um levantamento realizado pela GloboNews, com base em auditorias conduzidas pela Controladoria-Geral da União (CGU), foram identificadas distorções contábeis significativas em cinco ministérios do governo de Jair Bolsonaro (PL), totalizando um montante de R$ 202 bilhões. As inconsistências nas contas foram verificadas nas seguintes pastas: Agricultura: distorção de R$ 142,9 bilhões; Infraestrutura: R$ 20,3 bilhões; Educação: R$ 17,1 bilhões; Saúde: R$ 15,9 bilhões; Cidadania: R$ 6,3 bilhões.
Na realidade, essas distorções têm como consequência a falta de precisão nas demonstrações contábeis, não refletindo adequadamente a situação patrimonial, o resultado financeiro e o fluxo de caixa das respectivas pastas. No mais recente relatório de auditoria no Ministério da Educação, foram apontados erros contábeis que totalizam R$ 17 bilhões. Ao todo, foram identificadas 26 inconformidades no processo de prestação de contas.
Um dos exemplos diz respeito aos imóveis utilizados por entidades vinculadas ao MEC por meio de cessão de uso, os quais foram erroneamente registrados como propriedade da pasta. Apenas esse aspecto resultou em uma distorção de R$ 1,1 bilhão nas demonstrações contábeis.
Os técnicos também observaram falhas no registro dos empréstimos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Foram identificadas subavaliações nos valores a receber, nos encargos incidentes sobre os empréstimos, bem como superavaliação de variações monetárias e cambiais. No total, esses erros totalizaram um montante de R$ 782 milhões.
AGRICULTURA E SAÚDE
O ministério que apresentou a maior distorção foi o da Agricultura, que incluía até a gestão anterior o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Encarregado da reforma agrária, o Incra possuía um patrimônio estimado em R$ 124 bilhões em terrenos e glebas, além de R$ 95 bilhões em fazendas, parques e reservas.
No âmbito do Ministério da Saúde, a CGU detectou uma série de inconsistências no registro dos estoques de medicamentos, vacinas e outros insumos estratégicos. Foram identificados 21 lançamentos erroneamente classificados como débito, ou seja, baixa no estoque, quando, na verdade, deveriam ser registrados como crédito, ou seja, entrada de insumos. Essa falha resultou em uma distorção de R$ 770 milhões.
(Com informações da GloboNews)